quinta-feira, 21 de julho de 2022

Comunidades cristãs são janelas que deixam ver a multiforme sabedoria de Deus

 Começa-se com uma pergunta essencial: por que Deus instituiu a igreja? Por que indivíduos isolados não são suficientes?

No reino de Deus, a coletividade desempenha papel capital. A razão é que Deus fez os seres inteligentes à sua própria imagem. Porém, Deus possui (Efésios 3:10) sabedoria multiforme e esta somente poderá ser conhecida através da multiforme operação da comunidade criada por Deus, ou seja, a igreja. Multiforme significa com forma, aspecto e/ou estado diversos e numerosos. Deus é transcendente, excede os limites normais, está além da natureza física das coisas. Logo, mesmo que suas criaturas tenham semelhança com Ele, são menores e limitadas, não conseguem possuir multiformidade pessoal. Por esse motivo, a única forma de compreender a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Deus, o qual excede a todo entendimento (Efésios 3:18-19), sendo que não vemos fisicamente a Deus, é através da multiforme distribuição dos dons dados à igreja que, quando vistos no seu conjunto, podem dar um vislumbre sobre a sabedoria de Deus. Os dons na igreja tornam possível alcançar a exaltada plataforma da verdade eterna – os mandamentos de Deus que determinam a cooperação, e a fé de Jesus, o homem que não suspeitou de Deus.

Através dos dons distribuídos (já que as criaturas não têm a multiforme sabedoria) Deus nos ensina a convergência ou a cooperação. Se os dons estão distribuídos, então, os membros da igreja não possuem a plenitude, assim devem aprender a cooperar, sendo que a convergência torna possível a multiformidade. Logo, não poderão estar em divergência, um crendo e operando de um jeito, movendo-se cada qual independentemente, o que torna impossível a fé por causa de posições opostas. A unidade da fé somente é alcançada quando entendemos que a multiformidade se manifesta na convergência dos dons.

As tentações sempre objetivam desagregar. Os filhos de Deus são instados/tentados a utilizar seus dons individualmente, ou mesmo que se agrupem, o fazem pela liderança de um indivíduo que usa a diversidade para si mesmo. Neste caso, há total impossibilidade para multiformidade.

A comunhão, ou seja, o ter algo em comum, significa que nosso alvo é demonstrar as virtudes daquele que nos tirou das trevas. Através da comunhão entramos no caminho estreito da obediência, porque ocorre o renovar de mentes, deixando para traz o egoísmo unindo-nos aos outros irmãos que possuem outros dons e a Deus. Tal unidade produzirá a multiformidade, e esta, proporcionará a fidelidade que será necessária até o fim.

Filhos de Deus serão habilitados com grande capacidade intelectual, rapidez de discernimento para que percebam as necessidades dos semelhantes e empatia (Atos dos Apóstolos, p.195), colocando-os em ligação com outros. Sua capacidade intelectual tornará possível despertar nos semelhantes sua melhor natureza, de modo a fazê-los lutar por uma vida mais relevante. Sempre um filho de Deus trabalhará para o erguimento e para a construção de pessoas mais dignas e justas, sendo que esta obra os colocará como soldados bem treinados no grande conflito.

A igreja é a menina dos olhos de Deus por força da sua função. Através dela, e somente através dela, é possível ver a imagem de Deus e sua multiforme sabedoria, se e somente se os filhos de Deus compreenderem que os dons distribuídos tornam criaturas limitadas capazes de transcenderem seus limites através da unidade e cooperação, assim, tornando possível como por um espelho, o reflexo da glória de Deus, sua multiforme sabedoria (2 Coríntios 3:18).

Imaginemos agora um grupo de crentes compreendendo o que significa uma comunidade, expressando concordância, concerto, harmonia. Os que pertencem à família da fé nunca devem negligenciar a comunhão. É o meio designado por Deus para levar seus filhos à unidade, pois é a forma única de ajudar, fortalecer e animar uns aos outros.

Sempre que membros das comunidades cristãs usam seus dons para notabilidade agradarão a Satanás e seu exército caído. Atualmente há muitas demonstrações de membros que trabalham seus dons para auferir lucros pessoais. Muitas lideranças há que discursam sobre a comunhão, mas operam seu próprio engrandecimento; na verdade fazem parte do que Jesus chamou de sinagoga de Satanás.

As comunidades dos filhos de Deus necessitam de uma experiência mais profunda no aprendizado da cooperação. Não sabem exatamente o que significa contemplar a glória de Deus e ser transformados de caráter em caráter. Quando novatos chegam nas comunidades veem os primeiros raios do alvorecer da glória de Deus, todavia, não se enchem de toda plenitude de Cristo, o sol da justiça. O fato é que as comunidades não operam a comunhão, não trabalham usando os dons em paralelo para que a multiforme sabedoria seja evidenciada. Na medida em que o fim se aproxima, as comunidades deverão ter aprofundamento na palavra para que, utilizando a multiplicidade dos dons haja fortalecimento da imagem de Deus na igreja.

 

Um comentário:

Anônimo disse...

Ótima reflexão!
Os pontos que mais apreciei são esses;

“A unidade da fé somente é alcançada quando entendemos que a multiformidade se manifesta na convergência dos dons”.

“Os que pertencem à família da fé nunca devem negligenciar a comunhão. É o meio designado por Deus para levar seus filhos à unidade, pois é a forma única de ajudar, fortalecer e animar uns aos outros”.

Que o Eterno seja louvado através dos nossos dons e que alcansemos a unidade da fé!🙏🏿

Seu amigo; Pr.Davi Sales