quarta-feira, 29 de junho de 2022

Humanidade possuída

Quando começou o grande conflito?  Não sabemos, mas, Apocalipse 12:7-9 explica: “E houve batalha no céu; Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhavam o dragão e os seus anjos; mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus.  E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele”.

Satanás pretendeu que sua sabedoria e formosura eram originárias em si próprio e, como consequência, resolveu ser igual a Deus. A Bíblia assinala que esse raciocínio é um mistério, pois como num ambiente asséptico e de justiça estrita poderia um ser tão elevado proceder cobiçosamente. A batalha descrita acima estava relacionada ao domínio do Céu. A derrota de Satanás tirou-lhe o lugar que ocupava no governo do Céu.

Após a expulsão o agora inimigo precipitou-se sobre a Terra e, segundo o texto, passa a enganar a todos, fato que atinge o primeiro casal. No diálogo com Eva, Satanás afirma que Deus não estava abrindo toda a verdade e que havia muito mais por saber do que somente a palavra de Deus. Os princípios ensinados ao primeiro casal eram, segundo a serpente, apenas parte do todo, mas, se quisessem saber mais deveriam confiar na serpente e aderir aos rituais que abririam as mentes. O simbolismo da fruta era ainda mais denso do que se poderia pensar. Ingerir substâncias daria poder mental superior, e foi assim que Eva sentiu após comer a fruta proibida. Desde o início, o inimigo vem oferecendo químicos que prometem melhorar o desempenho do cérebro, levando quase a humanidade toda a um cativeiro químico.

Estabeleciam-se então dois sistemas sendo que o de Satanás guerrearia sempre contra a causa da verdade e da justiça. Na essência, a cobiça somente pode ser empregada em ambiente injusto, onde alguém derrota alguém. Assim, a proposta de satanás previa que para se alcançar a liberdade era imperioso transgredir limites, sendo o primeiro deles o comer o fruto proibido. Desde então, toda a realização humana carrega o fundamento da superação dos limites. O fundamento é: se a palavra de Deus impõe limites, logo, há restrição de liberdade. A tentação mais eficaz é aquela que questiona cenários éticos e comportamentos baseados em aspectos morais que são mantidos pelos séculos. Questionar sempre levanta dúvidas e, este tem sido o modus operandi usado ad infinitum por Satanás para aluir a confiança em Deus, a dúvida.

 O conflito no seu plano real

No plano real, há duas inteligências muito superiores que tentam conquistar as mentes dos seres inteligentes criados. O conflito apenas envolve os homens, mas, dá-se num plano distinto do dos humanos. Efésios 6:12 adverte que “...não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais”. No verso10 do mesmo capítulo Paulo aconselha que devemos nos fortalecer no Senhor e na força do seu poder. A realidade é que na condição humana não há campo neutro. Se não obedecemos a Deus, estaremos entregues ao comando de outro; se o sistema de Deus não rege nosso comportamento, então, estaremos necessariamente no sistema de Satanás. Isto significa que as criaturas inteligentes são espontaneamente influenciáveis pelos pressupostos dos sistemas em operação.

Satanás não é um adversário subestimável. I Pedro 5:8 afirma que “[...] o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar”.  Ele fará “sinais e prodígios, para enganar, se for possível, até os escolhidos”. Estes também não são seres tolos. Se satanás pode enganá-los, então há superioridade cognitiva no último.

O conflito atinge os homens, mas, não devemos contrastar e nem planejar estratégias para uma luta que não está ocorrendo no nosso plano. Deuteronômio 1:30 afirma que “O SENHOR vosso Deus que vai adiante de vós, ele pelejará por vós[...]”, e Jesus informou que “[...]O meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui” (João 18:36).

O que estamos entendendo é que há um conflito que envolveu inicialmente todo universo. Agora está narrado como adstrito à Terra, sendo que o campo da luta é a mente humana. Se Satanás cobiça a posição de Deus, e estando subordinado à Terra, e sendo que Satanás não pode lutar pessoalmente contra Deus por uma questão hierárquica, logo, buscará atingir Deus de forma indireta através das criaturas. Sabendo disso, cabe-nos não permitir ser usados como massa de manobra. Se somos inteligentes, procuraremos saber qual é a realidade e, uma vez compreendida, nos perfilaremos ao lado de quem carrega a legítima bandeira da verdade. A verdade é uma só. Deus criou, no princípio, os céus e a Terra. Se Deus é o criador, qualquer sistema diferente do Dele é engano.

Pessoas envolvidas

O sistema proposto por Satanás como alternativo ao de Deus é a evolução por competição. Nenhum ser humano que nasceu depois da queda moral pode escolher não estar submetido à proposta de Satanás. Vive-se o sistema evolutivo competitivo sem nos darmos conta de que essa realidade nos traz muito sofrimento. Qualquer pessoa constrói seu caráter para competir. É nosso entendimento que um caráter é forte e bem formado se permite competir sem desfalecimento. Neste contexto, é normal estarmos envolvidos em traição, contenda, porfia etc., sem que nos vemos possuidores de vileza. Sempre aquele que está em primeiro lugar é o mais honrado. Quanto mais vencemos nas lutas sociais, mais egocêntricos nos tornamos, porque esta é a lei da selva.

Na verdade, o agir cobiçosamente informa que estamos sob a maléfica influência de satanás, uma situação que nos transforma em joguetes dos interesses do sistema da competição, logo, estamos possuídos e, consequentemente, não somos nós mesmo. Neste caso, há uma mente que através da mente humana determina ações. O engano está exatamente em fazer prevalecer que ultrapassar os limites seja sinônimo de liberdade, quando, na verdade, estamos escravizados pelo sistema da competição. Liberdade somente sucederá se, e somente se, conscientemente pensarmos em não competir. Entretanto, nossa formação, ou seja, nossa natural tendência é a competição. Lutar contra nós mesmos é uma tarefa quase inglória, especialmente porque estamos possuídos pelo sistema de Satanás. Neste ambiente, não pensamos por nós mesmos. Se estamos possuídos, então, como sair disso?

Em Salmos 56:1, o autor exclama: “Tem misericórdia de mim, ó Deus, porque o homem procura devorar-me; pelejando todo dia, me oprime”. Porém, Romanos 8:31 aponta uma saída: “Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?”, ou seja, aos oprimidos Deus assevera que lutará por eles.

Os argumentos acima nos ensinam que sempre devemos ter um olhar de misericórdia para com aqueles que nos ofendem, porque não estão fazendo em plena posse de suas faculdades mentais. Jesus expressou este raciocínio na cruz quando pediu que fossem perdoados os inimigos porque não sabiam o que faziam. Assim, devemos amar e orar pelos que nos maldizem e maltratam, demonstrando raciocínio de misericórdia, uma vez que sabemos que eles não operam por si mesmos, mas possuídos por Satanás. Por essa razão Jesus disse que devemos perdoar setenta vezes sete, uma conta que somente se chega quando sabemos que nossos semelhantes não possuem a posse de suas decisões.

4 comentários:

Anônimo disse...

Às vezes me questiono se, os que nos prejudicam , realmente não sabem o que estao fazendo.

Claudio Ruy Vasconcelos da Fonseca disse...

O não saber o que fazem significa que o fazem sem saber quais os rerais motivos uqe estão patrocinando a ação de prejudicar alguém, ou seja, de quem é a mente que está possuinda a mente daquele que prejudica alguém.

Aldrin disse...

Todos os dias busco e peço a Deus ajuda e poder dos altos. Essa guerra é tremenda! Penso que consigo processar bem o que diz respeito em ajudar os feridos desta guerra, mas com relação ao perdão dos que te ofendem e prejudica, ainda é muito dificil. Que Deus me ajude para que em breve eu consiga!

Jonas disse...

A entrada de Asafe no Santuário tem respostas e implicações vastas. Lá, os sentimentos de mágoa e injustiça desse servo de Deus foram amenizados pelos padrões de justiça anunciados.