quinta-feira, 10 de agosto de 2023

Reforma protestante continuada


A reforma protestante não foi uma tomada de posição que já está no passado; o protesto contra heresias e rebeldia contra Deus prossegue nos que são fiéis à verdade. Na era pós-Jesus, por causa da multiforme sabedoria de Deus, a reforma tem prosseguido e, em cada século, assume complexidades e desdobramentos específicos.

No século XIX, precisamente em outubro de 1844, a reforma protestante assumiu os contornos proféticos dos finais dos tempos. As previsões proféticas indicavam a chegada de Jesus para sua coroação e entronização, como precursor da humanidade. Agora, na qualidade de monarca, Jesus tem diante de si a tarefa de julgar e aplicar a justiça e a misericórdia. Em 1844 inicia-se o juízo que trará a descoberto qualquer mistério. Estamos falando da expiação cósmica, quando todas as coisas serão colocadas em ordem.

No Israel antigo, no exato dia da expiação, era esperado que todos tivessem feito sua confissão de culpas e solicitado o devido perdão, uma vez que a expiação era em favor da nação. Enquanto o Sumo Sacerdote realizava os procedimentos para completar a expiação no interior do tabernáculo, o povo estava em forte expectativa no lado de fora. Afligiam as suas almas, buscavam com honestidade entender sua posição diante de Deus. Estariam fidedignamente compondo com Reino de Deus ou estariam vivendo uma dualidade; como cidadãos mundanos que mimetizavam ser cidadãos celestes?

Como cristãos protestantes, estamos agora há exatos 179 anos de 1844, quando o céu exigiu novo protesto. Como consequência, há um movimento terrestre que salienta aos homens de toda Terra a tarefa de amar a Deus guardando a lei dos dez mandamentos.  A razão para este aviso é um juízo que está em processo desde 1844, ou a expiação. Os que já estão conscientes deste vertiginoso momento estão em aflição de almas. A premissa alarmante é se os cristãos protestantes atuais estão agindo com honestidade intelectual em relação aos comandos de Deus ou apenas mimetizam servir a Deus, mas, têm o coração no mundo com seu apelo ao egoísmo, concupiscências carnais, sensações, busca de poderio secular.

 Nossa adesão ao protesto em favor da verdade se cristalizará na medida em que orarmos metodologicamente no alvorecer e no entardecer, de modo que alcancemos mentes possuídas das gloriosas concepções de Deus. Orações realizadas fornecem indicações de que queremos que o Santo Espírito nos revele as coisas de Deus.

Orar promove o surgimento da fé. Devemos orar pedindo tudo aquilo que Deus disse que nos daria. Devemos pedir o que Jesus prometeu dar. Devemos pedir o Espírito Santo, um temperamento cristão, sabedoria e força para fazer a nossa parte como protestantes diante da rebeldia do mundo amotinado, e finalmente, qualquer coisa que Jesus prometeu. Orar pedindo e crendo que receberemos. Orar agradecendo por receber.

O que deverá resultar das orações matutinas e vespertinas é a pureza de coração (Mat.5:8). Não mais seremos descuidados em nossas maneiras, em nossa linguagem, em nossos pensamentos que não poderão ser vulgares. Da oração resultará refinamento, pureza de ideias e maneiras. Estaremos livres de toda sensualidade, livres da concupiscência, fiéis nos propósitos mais íntimos, isentos de orgulhos e interesses egoístas, humildes e abnegados. Nosso comportamento natural será um incentivo a outros ao refinamento. Estarão longe de nós a avareza, o divertimento irresponsável, lutas por poder e disputas pela existência.

A obediência à verdade, ou seja, a Jesus a quem a Bíblia define como a verdade corpórea, nos colocará no caminho para santificação. Este patamar contém a fraternidade ardente, o nível de amor que promove a preocupação justa pelo bem-estar dos semelhantes. Tendo em vista o amor fraternal não fingido (I Pe. 1:22).

Alcançar a santificação não é uma possibilidade, mas, uma promessa de Deus. É prerrogativa dos filhos de Deus ser tomados de toda a plenitude divina. Prerrogativa implica em direitos inatos. Temos a certeza da parte de Deus que seremos possuidores da plenitude divina, seremos habitação de Deus, semelhantes a Jesus, expositores da glória de Deus e da multiforme sabedoria de Deus. Entretanto, nossas más tendências insistem em permanecer e, como consequência, Deus prolonga o tempo de graça.  “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se” (2 Pe. 3:9). Deus é paciente, longânimo e misericordioso; Seu caráter benigno, aguarda que o povo remanescente se torne assemelhado à imagem de Deus e não ao mundo. Por essa razão, parece retardar a promessa.

Considerando que estamos diante de um juízo, qual deverá ser nosso comportamento prático? A resposta vem pela pena inspirada: “Se alguém tem pecados que permanecem nos livros de registros, para os quais não houve arrependimento nem perdão, seu nome será omitido do livro da vida; e o relato de suas boas obras apagado do livro memorial de Deus”. Se o amor encobre multidão de pecados (1 Pe. 4:8), pecados podem encobrir muitas boas ações.

Arrependimento é necessário, mas, o verdadeiro arrependimento vem de Deus. A tristeza por nossos erros é um trabalho realizado pelo Espírito Santo, que nos convence do pecado. Uma vez que tenhamos a real dimensão da nossa culpa, não resta mais caminho, a não ser a solicitação de perdão, reclamando o sangue de Cristo como nosso sacrifício. Então, o perdão é acrescentado ao nosso nome nos livros celestes. 

Um comentário:

Anônimo disse...

Precisamos entender bem a diferença entre arrependimento e remorso.