A reforma protestante não foi uma
tomada de posição que já está no passado; o protesto contra heresias e rebeldia
contra Deus prossegue nos que são fiéis à verdade. Na era pós-Jesus, por causa
da multiforme sabedoria de Deus, a reforma tem prosseguido e, em cada século,
assume complexidades e desdobramentos específicos.
No século XIX, precisamente em
outubro de 1844, a reforma protestante assumiu os contornos proféticos dos
finais dos tempos. As previsões proféticas indicavam a chegada de Jesus para
sua coroação e entronização, como precursor da humanidade. Agora, na qualidade
de monarca, Jesus tem diante de si a tarefa de julgar e aplicar a justiça e a
misericórdia. Em 1844 inicia-se o juízo que trará a descoberto qualquer
mistério. Estamos falando da expiação cósmica, quando todas as coisas serão
colocadas em ordem.
No Israel antigo, no exato dia da
expiação, era esperado que todos tivessem feito sua confissão de culpas e
solicitado o devido perdão, uma vez que a expiação era em favor da nação.
Enquanto o Sumo Sacerdote realizava os procedimentos para completar a expiação
no interior do tabernáculo, o povo estava em forte expectativa no lado de fora.
Afligiam as suas almas, buscavam com honestidade entender sua posição diante de
Deus. Estariam fidedignamente compondo com Reino de Deus ou estariam vivendo
uma dualidade; como cidadãos mundanos que mimetizavam ser cidadãos celestes?
Como cristãos protestantes,
estamos agora há exatos 179 anos de 1844, quando o céu exigiu novo protesto.
Como consequência, há um movimento terrestre que salienta aos homens de toda
Terra a tarefa de amar a Deus guardando a lei dos dez mandamentos. A razão para este aviso é um juízo que está
em processo desde 1844, ou a expiação. Os que já estão conscientes deste
vertiginoso momento estão em aflição de almas. A premissa alarmante é se os
cristãos protestantes atuais estão agindo com honestidade intelectual em
relação aos comandos de Deus ou apenas mimetizam servir a Deus, mas, têm o
coração no mundo com seu apelo ao egoísmo, concupiscências carnais, sensações,
busca de poderio secular.
Nossa adesão ao protesto em favor da verdade
se cristalizará na medida em que orarmos metodologicamente no alvorecer e no
entardecer, de modo que alcancemos mentes possuídas das gloriosas concepções de
Deus. Orações realizadas fornecem indicações de que queremos que o Santo
Espírito nos revele as coisas de Deus.
Orar promove o surgimento da fé.
Devemos orar pedindo tudo aquilo que Deus disse que nos daria. Devemos pedir o que
Jesus prometeu dar. Devemos pedir o Espírito Santo, um temperamento cristão,
sabedoria e força para fazer a nossa parte como protestantes diante da rebeldia
do mundo amotinado, e finalmente, qualquer coisa que Jesus prometeu. Orar
pedindo e crendo que receberemos. Orar agradecendo por receber.
O que deverá resultar das orações
matutinas e vespertinas é a pureza de coração (Mat.5:8). Não mais seremos
descuidados em nossas maneiras, em nossa linguagem, em nossos pensamentos que
não poderão ser vulgares. Da oração resultará refinamento, pureza de ideias e
maneiras. Estaremos livres de toda sensualidade, livres da concupiscência,
fiéis nos propósitos mais íntimos, isentos de orgulhos e interesses egoístas,
humildes e abnegados. Nosso comportamento natural será um incentivo a outros ao
refinamento. Estarão longe de nós a avareza, o divertimento irresponsável,
lutas por poder e disputas pela existência.
A obediência à verdade, ou seja,
a Jesus a quem a Bíblia define como a verdade corpórea, nos colocará no caminho
para santificação. Este patamar contém a fraternidade ardente, o nível de amor
que promove a preocupação justa pelo bem-estar dos semelhantes. Tendo em vista
o amor fraternal não fingido (I Pe. 1:22).
Alcançar a santificação não é uma
possibilidade, mas, uma promessa de Deus. É prerrogativa dos filhos de Deus ser
tomados de toda a plenitude divina. Prerrogativa implica em direitos inatos.
Temos a certeza da parte de Deus que seremos possuidores da plenitude divina,
seremos habitação de Deus, semelhantes a Jesus, expositores da glória de Deus e
da multiforme sabedoria de Deus. Entretanto, nossas más tendências insistem em
permanecer e, como consequência, Deus prolonga o tempo de graça. “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda
que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que
alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se” (2 Pe. 3:9). Deus é
paciente, longânimo e misericordioso; Seu caráter benigno, aguarda que o povo
remanescente se torne assemelhado à imagem de Deus e não ao mundo. Por essa razão,
parece retardar a promessa.
Considerando que estamos diante
de um juízo, qual deverá ser nosso comportamento prático? A resposta vem pela
pena inspirada: “Se alguém tem pecados que permanecem nos livros de registros,
para os quais não houve arrependimento nem perdão, seu nome será omitido do
livro da vida; e o relato de suas boas obras apagado do livro memorial de Deus”.
Se o amor encobre multidão de pecados (1 Pe. 4:8), pecados podem encobrir
muitas boas ações.
Arrependimento é necessário, mas,
o verdadeiro arrependimento vem de Deus. A tristeza por nossos erros é um
trabalho realizado pelo Espírito Santo, que nos convence do pecado. Uma vez que
tenhamos a real dimensão da nossa culpa, não resta mais caminho, a não ser a
solicitação de perdão, reclamando o sangue de Cristo como nosso sacrifício.
Então, o perdão é acrescentado ao nosso nome nos livros celestes.
Um comentário:
Precisamos entender bem a diferença entre arrependimento e remorso.
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