Começa-se com uma pergunta essencial: por que Deus instituiu a igreja? Por que indivíduos isolados não são suficientes?
No reino de Deus, a coletividade desempenha
papel capital. A razão é que Deus fez os seres inteligentes à sua própria
imagem. Porém, Deus possui (Efésios 3:10) sabedoria multiforme e esta somente
poderá ser conhecida através da multiforme operação da comunidade criada por
Deus, ou seja, a igreja. Multiforme significa com forma, aspecto e/ou estado
diversos e numerosos. Deus é transcendente, excede os limites normais, está além
da natureza física das coisas. Logo, mesmo que suas criaturas tenham semelhança
com Ele, são menores e limitadas, não conseguem possuir multiformidade pessoal.
Por esse motivo, a única forma de compreender a largura, e o comprimento, e a
altura, e a profundidade, e conhecer o amor de Deus, o qual excede a todo
entendimento (Efésios 3:18-19), sendo que não vemos fisicamente a Deus, é
através da multiforme distribuição dos dons dados à igreja que, quando vistos
no seu conjunto, podem dar um vislumbre sobre a sabedoria de Deus. Os dons na
igreja tornam possível alcançar a exaltada plataforma da verdade eterna – os mandamentos
de Deus que determinam a cooperação, e a fé de Jesus, o homem que não suspeitou
de Deus.
Através dos dons distribuídos (já
que as criaturas não têm a multiforme sabedoria) Deus nos ensina a convergência
ou a cooperação. Se os dons estão distribuídos, então, os membros da igreja não
possuem a plenitude, assim devem aprender a cooperar, sendo que a convergência torna
possível a multiformidade. Logo, não poderão estar em divergência, um crendo e
operando de um jeito, movendo-se cada qual independentemente, o que torna
impossível a fé por causa de posições opostas. A unidade da fé somente é
alcançada quando entendemos que a multiformidade se manifesta na convergência dos
dons.
As tentações sempre objetivam
desagregar. Os filhos de Deus são instados/tentados a utilizar seus dons individualmente,
ou mesmo que se agrupem, o fazem pela liderança de um indivíduo que usa a
diversidade para si mesmo. Neste caso, há total impossibilidade para
multiformidade.
A comunhão, ou seja, o ter algo
em comum, significa que nosso alvo é demonstrar as virtudes daquele que nos
tirou das trevas. Através da comunhão entramos no caminho estreito da obediência,
porque ocorre o renovar de mentes, deixando para traz o egoísmo unindo-nos aos
outros irmãos que possuem outros dons e a Deus. Tal unidade produzirá a
multiformidade, e esta, proporcionará a fidelidade que será necessária até o fim.
Filhos de Deus serão habilitados com
grande capacidade intelectual, rapidez de discernimento para que percebam as
necessidades dos semelhantes e empatia (Atos dos Apóstolos, p.195), colocando-os
em ligação com outros. Sua capacidade intelectual tornará possível despertar
nos semelhantes sua melhor natureza, de modo a fazê-los lutar por uma vida mais
relevante. Sempre um filho de Deus trabalhará para o erguimento e para a
construção de pessoas mais dignas e justas, sendo que esta obra os colocará como
soldados bem treinados no grande conflito.
A igreja é a menina dos olhos de
Deus por força da sua função. Através dela, e somente através dela, é possível
ver a imagem de Deus e sua multiforme sabedoria, se e somente se os filhos de
Deus compreenderem que os dons distribuídos tornam criaturas limitadas capazes
de transcenderem seus limites através da unidade e cooperação, assim, tornando
possível como por um espelho, o reflexo da glória de Deus, sua multiforme
sabedoria (2 Coríntios 3:18).
Imaginemos agora um grupo de
crentes compreendendo o que significa uma comunidade, expressando concordância,
concerto, harmonia. Os que pertencem à família da fé nunca devem negligenciar a
comunhão. É o meio designado por Deus para levar seus filhos à unidade, pois é
a forma única de ajudar, fortalecer e animar uns aos outros.
Sempre que membros das
comunidades cristãs usam seus dons para notabilidade agradarão a Satanás e seu
exército caído. Atualmente há muitas demonstrações de membros que trabalham
seus dons para auferir lucros pessoais. Muitas lideranças há que discursam sobre a
comunhão, mas operam seu próprio engrandecimento; na verdade fazem parte do que Jesus
chamou de sinagoga de Satanás.
As comunidades dos filhos de Deus
necessitam de uma experiência mais profunda no aprendizado da cooperação. Não
sabem exatamente o que significa contemplar a glória de Deus e ser transformados
de caráter em caráter. Quando novatos chegam nas comunidades veem os primeiros raios do
alvorecer da glória de Deus, todavia, não se enchem de toda plenitude de Cristo,
o sol da justiça. O fato é que as comunidades não operam a comunhão, não
trabalham usando os dons em paralelo para que a multiforme sabedoria seja evidenciada.
Na medida em que o fim se aproxima, as comunidades deverão ter aprofundamento
na palavra para que, utilizando a multiplicidade dos dons haja fortalecimento da
imagem de Deus na igreja.
Um comentário:
Ótima reflexão!
Os pontos que mais apreciei são esses;
“A unidade da fé somente é alcançada quando entendemos que a multiformidade se manifesta na convergência dos dons”.
“Os que pertencem à família da fé nunca devem negligenciar a comunhão. É o meio designado por Deus para levar seus filhos à unidade, pois é a forma única de ajudar, fortalecer e animar uns aos outros”.
Que o Eterno seja louvado através dos nossos dons e que alcansemos a unidade da fé!🙏🏿
Seu amigo; Pr.Davi Sales
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