Quando começou o grande conflito? Não sabemos, mas, Apocalipse 12:7-9 explica: “E houve batalha no céu; Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhavam o dragão e os seus anjos; mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na terra, e os seus anjos foram lançados com ele”.
Satanás pretendeu que sua
sabedoria e formosura eram originárias em si próprio e, como consequência,
resolveu ser igual a Deus. A Bíblia assinala que esse raciocínio é um mistério,
pois como num ambiente asséptico e de justiça estrita poderia um ser tão
elevado proceder cobiçosamente. A batalha descrita acima estava relacionada ao
domínio do Céu. A derrota de Satanás tirou-lhe o lugar que ocupava no governo
do Céu.
Após a expulsão o agora inimigo
precipitou-se sobre a Terra e, segundo o texto, passa a enganar a todos, fato
que atinge o primeiro casal. No diálogo com Eva, Satanás afirma que Deus não
estava abrindo toda a verdade e que havia muito mais por saber do que somente a
palavra de Deus. Os princípios ensinados ao primeiro casal eram, segundo a
serpente, apenas parte do todo, mas, se quisessem saber mais deveriam confiar
na serpente e aderir aos rituais que abririam as mentes. O simbolismo da fruta
era ainda mais denso do que se poderia pensar. Ingerir substâncias daria poder
mental superior, e foi assim que Eva sentiu após comer a fruta proibida. Desde
o início, o inimigo vem oferecendo químicos que prometem melhorar o desempenho
do cérebro, levando quase a humanidade toda a um cativeiro químico.
Estabeleciam-se então dois
sistemas sendo que o de Satanás guerrearia sempre contra a causa da verdade e
da justiça. Na essência, a cobiça somente pode ser empregada em ambiente
injusto, onde alguém derrota alguém. Assim, a proposta de satanás previa que
para se alcançar a liberdade era imperioso transgredir limites, sendo o
primeiro deles o comer o fruto proibido. Desde então, toda a realização humana
carrega o fundamento da superação dos limites. O fundamento é: se a palavra de
Deus impõe limites, logo, há restrição de liberdade. A tentação mais eficaz é
aquela que questiona cenários éticos e comportamentos baseados em aspectos
morais que são mantidos pelos séculos. Questionar sempre levanta dúvidas e,
este tem sido o modus operandi usado ad infinitum por Satanás
para aluir a confiança em Deus, a dúvida.
O conflito no seu
plano real
No plano real, há duas
inteligências muito superiores que tentam conquistar as mentes dos seres
inteligentes criados. O conflito apenas envolve os homens, mas, dá-se num plano
distinto do dos humanos. Efésios 6:12 adverte que “...não temos que lutar
contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as
potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes
espirituais da maldade, nos lugares celestiais”. No verso10 do mesmo capítulo
Paulo aconselha que devemos nos fortalecer no Senhor e na força do seu poder. A
realidade é que na condição humana não há campo neutro. Se não obedecemos a
Deus, estaremos entregues ao comando de outro; se o sistema de Deus não rege
nosso comportamento, então, estaremos necessariamente no sistema de Satanás. Isto
significa que as criaturas inteligentes são espontaneamente influenciáveis
pelos pressupostos dos sistemas em operação.
Satanás não é um adversário
subestimável. I Pedro 5:8 afirma que “[...] o diabo, vosso adversário, anda em
derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar”. Ele fará “sinais e prodígios, para enganar,
se for possível, até os escolhidos”. Estes também não são seres tolos. Se
satanás pode enganá-los, então há superioridade cognitiva no último.
O conflito atinge os homens, mas,
não devemos contrastar e nem planejar estratégias para uma luta que não está
ocorrendo no nosso plano. Deuteronômio 1:30 afirma que “O SENHOR vosso Deus que
vai adiante de vós, ele pelejará por vós[...]”, e Jesus informou que “[...]O
meu reino não é deste mundo; se o meu reino fosse deste mundo, pelejariam os
meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas agora o meu reino
não é daqui” (João 18:36).
O que estamos entendendo é que há
um conflito que envolveu inicialmente todo universo. Agora está narrado como
adstrito à Terra, sendo que o campo da luta é a mente humana. Se Satanás cobiça
a posição de Deus, e estando subordinado à Terra, e sendo que Satanás não pode
lutar pessoalmente contra Deus por uma questão hierárquica, logo, buscará
atingir Deus de forma indireta através das criaturas. Sabendo disso, cabe-nos
não permitir ser usados como massa de manobra. Se somos inteligentes,
procuraremos saber qual é a realidade e, uma vez compreendida, nos perfilaremos
ao lado de quem carrega a legítima bandeira da verdade. A verdade é uma só.
Deus criou, no princípio, os céus e a Terra. Se Deus é o criador, qualquer
sistema diferente do Dele é engano.
Pessoas envolvidas
O sistema proposto por Satanás
como alternativo ao de Deus é a evolução por competição. Nenhum ser humano que
nasceu depois da queda moral pode escolher não estar submetido à proposta de Satanás.
Vive-se o sistema evolutivo competitivo sem nos darmos conta de que essa
realidade nos traz muito sofrimento. Qualquer pessoa constrói seu caráter para
competir. É nosso entendimento que um caráter é forte e bem formado se permite
competir sem desfalecimento. Neste contexto, é normal estarmos envolvidos em
traição, contenda, porfia etc., sem que nos vemos possuidores de vileza. Sempre
aquele que está em primeiro lugar é o mais honrado. Quanto mais vencemos nas
lutas sociais, mais egocêntricos nos tornamos, porque esta é a lei da selva.
Na verdade, o agir cobiçosamente
informa que estamos sob a maléfica influência de satanás, uma situação que nos
transforma em joguetes dos interesses do sistema da competição, logo, estamos
possuídos e, consequentemente, não somos nós mesmo. Neste caso, há uma mente que através da mente humana determina ações. O engano está exatamente em
fazer prevalecer que ultrapassar os limites seja sinônimo de liberdade, quando,
na verdade, estamos escravizados pelo sistema da competição. Liberdade somente sucederá
se, e somente se, conscientemente pensarmos em não competir. Entretanto, nossa
formação, ou seja, nossa natural tendência é a competição. Lutar contra nós
mesmos é uma tarefa quase inglória, especialmente porque estamos possuídos pelo
sistema de Satanás. Neste ambiente, não pensamos por nós mesmos. Se estamos
possuídos, então, como sair disso?
Em Salmos 56:1, o autor exclama:
“Tem misericórdia de mim, ó Deus, porque o homem procura devorar-me; pelejando
todo dia, me oprime”. Porém, Romanos 8:31 aponta uma saída: “Que diremos, pois,
a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?”, ou seja, aos
oprimidos Deus assevera que lutará por eles.
Os argumentos acima nos ensinam
que sempre devemos ter um olhar de misericórdia para com aqueles que nos
ofendem, porque não estão fazendo em plena posse de suas faculdades mentais. Jesus
expressou este raciocínio na cruz quando pediu que fossem perdoados os inimigos
porque não sabiam o que faziam. Assim, devemos amar e orar pelos que nos
maldizem e maltratam, demonstrando raciocínio de misericórdia, uma vez que
sabemos que eles não operam por si mesmos, mas possuídos por Satanás. Por essa
razão Jesus disse que devemos perdoar setenta vezes sete, uma conta que somente
se chega quando sabemos que nossos semelhantes não possuem a posse de suas
decisões.
4 comentários:
Às vezes me questiono se, os que nos prejudicam , realmente não sabem o que estao fazendo.
O não saber o que fazem significa que o fazem sem saber quais os rerais motivos uqe estão patrocinando a ação de prejudicar alguém, ou seja, de quem é a mente que está possuinda a mente daquele que prejudica alguém.
Todos os dias busco e peço a Deus ajuda e poder dos altos. Essa guerra é tremenda! Penso que consigo processar bem o que diz respeito em ajudar os feridos desta guerra, mas com relação ao perdão dos que te ofendem e prejudica, ainda é muito dificil. Que Deus me ajude para que em breve eu consiga!
A entrada de Asafe no Santuário tem respostas e implicações vastas. Lá, os sentimentos de mágoa e injustiça desse servo de Deus foram amenizados pelos padrões de justiça anunciados.
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