Em pesquisa recente abrangendo um universo de 58 mil pessoas ao redor do mundo sobre a frequência do hábito da oração entre os adventistas do 7º Dia, observou-se que 65% dos consultados oravam, pelo menos, uma vez ao dia. Logo, há um percentual (35%) dos adventistas com alguma dificuldade em relação a oração (4% nunca oram). A desatenção relacionada à oração, talvez aconteça por não saberem o suficiente sobre as consequências do grande conflito no qual a humanidade está mergulhada, talvez por não perceberem que se não contam com apoio jamais sairão da escravidão imposta por satanás, talvez por não terem consciência da fenomenal ajuda por parte das hostes angélicas não caídas, agora em grande atividade por causa da encarnação de Jesus Cristo, fato que assegurou a libertação do jugo satânico, vitória ratificada na cruz, e assegurada com a entronização de Jesus à direita do Pai.
Pode ser observado no Novo
Testamento que, na época em que Jesus esteve na terra, muitos episódios foram relatados
de pessoas possuídas demoniacamente. Jesus as libertou e estabeleceu o fim do
poder opressor de satanás. Jesus viera para libertar os cativos (Isaías 61:1). Após
a ressurreição, Jesus assegurou que lhe fora dado todo poder no céu e na terra
(Mateus 28:18), significando forte limitação à opressão satânica sobre aqueles
que quisessem ser libertos. Consequentemente, a igreja cristã tornou-se o
ambiente onde se poderia aprender sobre como libertar-se e como permanecer
livre. A graça de Deus abundantemente distribuída é o poder que pode libertar.
A pessoa livre, se possuir a graça e a fé em Jesus, não deixará espaço para a
opressão demoníaca.
Neste contexto, o hábito da
oração deve ser cultivado, pois é a via através da qual acessamos o poder
libertador do qual necessitamos diariamente. Em II Crônicas 7:14, Deus ensina
seu povo sobre a necessidade da oração: “E se meu povo, que se chama pelo meu
nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus
caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a
sua terra”.
É como se num único verso
estivesse derramada quase toda graça. A primeira condição para ser ouvia a
oração é humilhar-se. Em termos práticos, humilhar-se diante de Deus é
abandonar os pecados. Parece fácil, mas não é. A razão é que o diabo, embora
vencido, possui poder para nos tentar. Ele obtém vantagem por causa do egoísmo
humano. Se acedemos à tentação abrimos uma porta por onde o inimigo (já vencido)
entra e aprisiona a pessoa. A tentação é sempre uma sugestão para transgredir
limites. Se a tentação sugere ultrapassar limites que nunca foram quebrados, e
a pessoa transgride, trona-se menos penosa à consciência a próxima
transgressão. Logo, acontecerão outras quebras que, se cultivadas formarão
hábito, ou seja, um looping comportamental que se torna difícil de descontinuar.
O inimigo torna a pessoa prisioneira das suas repetidas tentações ou sugestões.
Sempre o diabo irá insinuar que aquele hábito é lucrativo, especialmente pelo viés
prazeroso, recompensador, tornando os apelos da carne em instintos indomáveis, difíceis
de serem postos sob controle. Nesta circunstância, há opressão satânica. A única
forma de sair é buscando ajuda divina através da oração. Esta coloca em
operação todas forças de libertação que vêm do reino das luzes. É bom que se
reforce que após a ressureição de Jesus, os poderes satânicos ficaram
limitados. Somente é prisioneiro aquele que não sabe desses limites.
Uma fração importante dos
adventistas (35%) não sabe que sem oração permanecerão prisioneiros. A chamada concupiscência
da carne pode, de fato e de direito, ser vencida se o povo se humilhar e orar.
O texto bíblico de II Crônicas manifesta
que todos devem buscar a face de Deus. Muitos não sabem o que significa esse conselho. Tal atitude implica na proclamação de santo jejum; deve haver
rendição completa ao serviço a Deus. Aqui cabe entender o que seja o serviço.
Vai além dos cargos que alguém possa desempenhar na estrutura eclesiástica. Em
Isaías 58: 6-9 Deus explicita o santo jejum. No verso 6 Deus pede que auxiliemos pessoas a sair da opressão satânica, ajudando-as a desfazer o looping comportamental
que as torna opressas: “Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes
as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo e que deixes livres
os oprimidos, e despedaces todo o jugo? ”[...]. É o doar da graça
evangelizadora que pode libertar. Trabalho missionário para ensinar sobre o
estado de opressão em que se encontram os cativos das concupiscências (apelos) da
carne, dando-lhes conhecimento para que fiquem conscientes e peçam ajuda
divina.
O verso 7 mostra um aspecto ainda
mais profundo da libertação, incluindo aquele que ministra a graça do evangelho
ao opresso: “Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e
recolhas em casa os pobres abandonados; e quando vires o nu, o cubras, e não te
escondas da tua carne? ”[...]. A questão não se encerra com a evangelização, porém,
prossegue no atendimento das necessidades materiais de pessoas em risco, tendo
em vista também a própria salvação do evangelizador. Na verdade, o serviço a
Deus é uma equação de dois termos: a) trabalha-se o aspecto moral das pessoas,
tirando-as da opressão demoníaca; b) atende-se necessidades materiais urgentes,
uma aplicação direta da justiça, a base de todo sistema divino.
Somente se foram atendidos os
dois termos da equação, então, as bênçãos de Deus serão liberadas porque o
reflexo do caráter de Deus poderá ser visto e a vida que dEle vem alcança o
homem. É esta a proposta exposta nos versos 8 e 9. Pouco ou nada ocorrerá em
relação às promessas divinas, se as condições dos versos 6 e 7 não forem
atendidas, considerando que bênçãos são derramadas sobre os que se convertem
dos maus caminhos, sendo que os maus caminhos são as veredas do egoísmo. Os judeus
não cumpriram nenhum dos requisitos; não evangelizaram, preferindo utilizar a
graça como deferência exclusiva, não levando em conta a construção de uma
sociedade justa com pessoas moralmente sãs, libertas da opressão satânica e capazes
de gerir a si próprias.
A oração é uma ordenação do céu,
pois é o meio de alcançar êxito na libertação da opressão do inimigo e no
desenvolvimento do caráter cristão. A resposta à oração da fé produzirá o
efeito na regência da vontade da carne, pois o céu auxiliará com ferramentas
morais para vencer as tentações. Por meio da comunicação com o céu tem Deus
desdobrado no espírito humano as doutrinas da graça, a única forma de tornar o
homem consciente da sua servidão e tornar palpável a opressão imperceptível sustentada
pela tentação que sugere a quebra de normas importantes que desconectam o homem
de Deus. Cada tentação atendida coloca mais um elo na corrente que captura o
homem; lembrando que a tentação tem sucesso porque oferece recompensa prazerosa,
mas, mortal.
Está-se falando da tentação que
toma como ponto de apoio a altivez e a sensação da supremacia humana. É porque
temos o eu como nosso deus. A tentação sempre apelará para satisfação do eu e,
neste caso, se o egoísmo é justificado, sempre haverá espaço para ser tentado;
entra-se num looping difícil de ser descontinuado. O que o céu nos oferece é o
exemplo do Jesus humano. Se aprendemos com Ele, estaremos esvaziando o próprio eu
do orgulho e da supremacia do egoísmo. Se aprendemos com Cristo, colocaremos
nossa vontade ao dispor do Santo Espírito, e este nos guiará para aprender o
gerenciamento e a limitação dos apelos da carne. Quando a tentação nos vence
estabelece-se uma luta entre a mente e o corpo. Tal peleja causa irritabilidade
e desequilíbrio. Não temos paz. O que Jesus nos oferece é o domínio do eu e,
consequentemente, a paz. Jesus foi designado para vir à Terra para ser uma
grande força educadora que molda caracteres e comunica poder mental para
resistir ao poder satânico da tentação. Jesus plantou para nós, por seu exemplo,
a árvore da vida; Ele é a palavra de Deus viva. Se estudarmos o seu exemplo,
praticando-o, então comeremos das folhas da árvore da vida. Se a Bíblia é a
palavra de Deus, é nela que vemos a Jesus, portanto, nela estão as folhas da
árvore da vida.
2 comentários:
Serviço missionario e atendimento aos necessitados é o que Deus espera dos seus filhos.
Bom.
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