O rito batismal na igreja cristã
carrega significação profunda, às vezes, oculta para muitos. Todavia, podemos
entender melhor o referido rito olhando acontecimentos disruptivos de Deus,
como por exemplo, o dilúvio.
Em Genesis 6: 1-7 lemos: “E
ACONTECEU que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face da terra,
e lhes nasceram filhas, viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram
formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. Então disse o
SENHOR: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem; porque ele
também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos. Havia naqueles
dias gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às
filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os valentes que houve na
antiguidade, os homens de fama. E viu o
SENHOR que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a
imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. Então
arrependeu-se o SENHOR de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu
coração. E disse o SENHOR: Destruirei o homem que criei de sobre a face da
terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque
me arrependo de os haver feito.
Os versos acima estão cheios de
informações expressivas. Primeiro, os filhos de Deus (a geração que procedeu de
Sete, filho de Adão) casaram-se com as filhas dos homens (a geração que
procedeu de Caim); a mistura dessas duas raças deu degenerações físicas e
morais que culminaram no aumento da maldade (incredulidade, profanação,
paganismo e exaltação antropomórfica). Porém, o texto informa que a maldade era
prática constante, contínua e corriqueira.
Pela união em casamento entre as duas linhagens filéticas, os filhos de
Deus perderam, mediante a influência de suas esposas, seu peculiar e santo caráter,
e uniram-se com os filhos de Caim em sua idolatria. Muitos puseram de lado o
temor de Deus e pisaram Seus mandamentos, tornando-se completamente injustos.
Por causa da maldade ter
alcançado ponto de alta insegurança, Deus resolveu fixar um tempo para
destruição dos homens e outros seres viventes, de modo a realizar a purificação
da Terra. Assim, o diluvio foi a catástrofe que destruiu a Terra e permitiu que
Deus a refizesse novamente. Foi necessário usar água, um dos elementos bíblicos
para purificação, de modo a destruir o que estava contaminado. Depois do
diluvio a face da Terra se modificou. Antes havia uma única massa de terra, mas
as modificações realizadas por Deus e definidas como necessárias trouxeram a
fragmentação da crosta terrestre, tal como a conhecemos hoje. Os atuais continentes
são parte do planejamento de Deus para a contenção da maldade. Os homens estão
separados pelo mar.
O batismo por imersão na igreja
cristã traz o mesmo sentido do diluvio, ou seja, permite que o velho homem, mau
continuamente, seja recriado e, por esse motivo, sujeito ao aperfeiçoamento
através da aceitação e prática da graça ou conhecimento de Deus. “E ele o quebrará como se quebra o vaso do
oleiro e, quebrando-o, não se compadecerá” ... (Isaías 30:14).
No livro O Desejado de todas as
Nações (p.81-82), a escritora Ellen White descreve que quando Deus fez a
promessa de que Satanás não teria o controle absoluto do mundo (Gênesis 3:15)
e, através do primeiro sacrifício Deus ensinava que o homem poderia ter
esperança de salvação que se materializaria no futuro com a primeira vinda do
Messias, Satanás, profundamente interessado observou o ritual do sacrifício
oferecido por Adão, percebendo na cerimônia um símbolo de ligação entre a Terra
e o Céu e tentou interromper essa ligação. Buscou distorcer a imagem de Deus e
deu falsa interpretação aos ritos sacrificais que apontavam ao salvador. As
pessoas foram levadas a temer a Deus como um ser que tem prazer na destruição
delas. Assim, os sacrifícios que deveriam revelar o amor de Deus eram
oferecidos para acalmar a ira divina. Neste contexto, o batismo é geralmente entendido
como um rito que acalma a ira de Deus, quando, na verdade, é uma demonstração
do amor e misericórdia de Deus ao dar ao homem uma chance para ser recriado
à Sua imagem.
É bem comum encontrar cristãos
que temem a Deus por causa da sua força e poder, servindo-O por medo para evitar
eventuais ataques da Sua ira em suas vidas. Cada rito na experiência cristã
deveria poder ser visto como reflexo da bondade e misericórdia divinas, mas os
ritos são encarados como processos aplacadores de castigos. Assim, dessa
maneira são divisados o dízimo, as ofertas, etc.
Por causa do plano satânico de
distorcer a imagem de Deus, também se criou a ideia de que os cultos a Deus são
oferecidos para acalmá-lo. Nesse afã, os crentes fazem ofertas e ritos raciocinando
que quanto mais oferecem, mais aceitos são. Logo, vão sendo implementados
elementos estranhos ao verdadeiro culto, invencionices humanas com a intenção
de inovar para acalmar Deus. No caso da igreja cristã, toda sorte de mesuras
são realizadas diante Deus. Uma das mesuras mais fáceis de se moldar ao conjecturado
culto acalmador é a música, sendo que os cristãos veem diante de Deus com
aberrações, usando artifícios e maneiras musicais sem nexo algum com a
realidade celeste.
A situação acima decorre da
amalgama descrita em Gênesis resultante da mistura entre os filhos de Deus e as
filhas dos homens ou vice-versa. Muita noção espúria vem da influência das
mulheres não cristãs que se unem a homens cristãos. Estes, ao assumirem
posições e lideranças nas comunidades eclesiais introduzem ideias pagãs que
adquirem e consentem no ambiente do lar. A mistura causa invariavelmente degeneração
moral, se o cônjuge não cristão não absorve os pressupostos divinos. A
tendência é aparecer uma geração nova cujo respeito pelos oráculos divinos vai
desaparecendo e vai prevalecendo a chamada consciência coletiva que o mundo
impõe.
Nas igrejas cristãs atuais, os
costumes pagãos se manifestam, às vezes, trazidos pelos líderes religiosos que,
em muitos casos, são oriundos de lares formados pela mistura dos filhos de Deus
com as filhas dos homens, ou também vindo de lares não cristãos. Em muitos
casos, para esses líderes, não há percepção clara entre profanação e
santificação, porque na sua formação de raiz, a qual ocorre na primeira
infância, os valores celestes não foram ensinados e alicerçados, sendo que os
valores da infância são persistentes e acompanham a fase adulta, conforme
observou Salomão (Provérbios 22:6). Há líderes religiosos que estabelecem
contendas com os membros e entre os membros. Nestes casos, o egoísmo prevalece
e manda o mais forte. Num ambiente assim, Satanás está prevalecendo, mas, a
liderança não percebe.
O batismo é um rito que reflete
um ato de misericórdia. Se bem entendido e aproveitado, conduz o homem à
recriação. Todavia, na igreja cristã parece não passar de uma cerimônia comum
que resulta numa foto e num certificado e melhora o relatório pessoal administrativo
do líder. Todo o caminho posterior ao batismo fica obliterado pela ideia de que
tudo o que se necessita é aplacar a ira de Deus.
3 comentários:
Somente pela misericórdia de Deus, faremos parte do seu povo.
Muito bom.
Obrigado pelo texto Dr. Claudio! O que fico pensando ao ler, é que isto se nota há tempos nas igrejas. E nao se vê vozes de alerta, sobre o assunto. Concordo quando você chama a atencao pra musica e lideres.(assunto temido por muitos/musica). Desde já no aguardo do proximo texto. Um abraço.
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