A palavra hebraica para
"alma" é "נֶפֶשׁ"
(nephesh). Na Bíblia Hebraica, "nephesh" Essência da Vida;
"Nephesh" é frequentemente traduzida como "alma" ou
"vida" e refere-se à força vital que anima o corpo físico. Nephesh é
vista como a sede das emoções, desejos e anseios humanos. Além disso, é a
personalidade e Identidade; representa a individualidade e a singularidade de
uma pessoa.
Na Bíblia "Nephesh"
está explicada em vários textos. Em Gênesis 2:7, "E formou o Senhor Deus o
homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem
tornou-se uma alma vivente (נֶפֶשׁ
חַיָּה, nephesh
chayyah)" significa uma alma vivente, mostrando que o homem se torna um
ser vivo completo com a "nephesh".
Em Levítico 17:11"Porque a
vida (נֶפֶשׁ, nephesh) da
carne está no sangue", "nephesh" está associada à vida física,
indicando que a vida da carne está no sangue.
Em Salmo 42:1"Como o cervo
anseia pelas correntes das águas, assim a minha alma (נֶפֶשׁ, nephesh) anseia por ti, ó Deus",
"nephesh" é usada para descrever o desejo profundo e a sede
espiritual por Deus.
Claramente, a alma humana
representa multifaces ou aspectos da existência humana, incluindo a vida, as
emoções, os desejos e a individualidade. Na Bíblia, "nephesh" reflete
a complexidade da natureza humana e sua conexão profunda com Deus e a vida.
Na disciplina neurociência, o
lobo frontal do cérebro é responsável por funções como tomada de decisões,
controle de impulsos, planejamento, empatia e julgamento moral. Estas funções
podem ser vistas como relacionadas mais diretamente à alma (nephesh), que é a
sede das emoções, vontade e personalidade. Portanto, a alma é a dimensão humana
mais nobre que está responsabilizada por aspectos que necessitam alta cognição,
tais como:
Tomada de Decisões e Controle
de Impulsos: Esses processos envolvem a vontade e o autocontrole, que são
aspectos da alma.
Empatia e Julgamento Moral:
Estas capacidades estão ligadas às emoções e à interação social, também
componentes da alma.
Planejamento e Organização:
Envolvem a vontade e a racionalidade, características da alma.
Embora a alma (nephesh) na Bíblia
seja geralmente relacionado à conexão com Deus e às experiências espirituais,
estas estão diretamente ligadas a uma região específica do cérebro como o lobo
frontal, sendo vistas mais como uma dimensão transcendental da existência
humana. É a nephesh que nos torna diferentes dos demais, e não as posses
materiais.
A complexa interação entre o
funcionamento do lobo frontal do cérebro humano e os valores éticos contidos na
Torá oferece uma perspectiva fascinante sobre como a moralidade é construída e
aplicada em nossas vidas. O lobo frontal, sendo a área responsável por funções
cognitivas superiores, desempenha um papel crucial na tomada de decisões
éticas, controle de impulsos, empatia, planejamento e julgamento moral. Esses
processos são fundamentais para a vida em comunidade e para a manutenção de
comportamentos que respeitem os valores coletivos e individuais.
A Torá, os cinco primeiros livros
do Antigo Testamento, contém um conjunto rico e detalhado de normas e valores
éticos que guiam o comportamento dos indivíduos e das comunidades. Esses
valores incluem princípios como justiça, compaixão, honestidade, respeito aos
pais, proteção aos vulneráveis, e a busca pela paz e harmonia. Vamos explorar
como as decisões morais, influenciadas pelo lobo frontal, se alinham com os
valores éticos da Torá.
1. Justiça e Equidade (צדק ומשפט - Tzedek u-Mishpat)
O lobo frontal está envolvido na avaliação das ações e na determinação
do que é justo e equitativo. A Torá enfatiza a importância da justiça em várias
passagens, como em Deuteronômio 16:20: "Justiça, justiça seguirás, para
que vivas e possuas a terra que o Senhor, teu Deus, te dá." A capacidade
do lobo frontal de avaliar imparcialmente as situações e tomar decisões justas
reflete a busca pela justiça que a Torá prescreve.
2. Empatia e Compaixão (חסד ורחמים - Chesed ve-Rachamim)
A habilidade de compreender e compartilhar os sentimentos dos outros,
governada pelo lobo frontal, é crucial para a prática da compaixão. A Torá
exorta os seguidores a amarem o próximo como a si mesmos (Levítico 19:18) e a
cuidarem dos pobres, órfãos e viúvas (Êxodo 22:21-22). A empatia facilitada
pelo lobo frontal permite que os indivíduos vivam esses mandamentos de
compaixão e bondade.
3. Honestidade e Integridade (אמת ויושר - Emet ve-Yosher)
O julgamento moral e o controle de impulsos, funções do lobo frontal,
são essenciais para manter a honestidade. A Torá valoriza a verdade e a
integridade, como exemplificado em Levítico 19:11: "Não roubarás, nem
mentirás, nem usarás de falsidade com o teu próximo." A capacidade de
resistir à tentação de mentir ou enganar é uma demonstração da integridade
promovida tanto pelo lobo frontal quanto pela Torá.
4. Responsabilidade e
Confiabilidade (אחריות
ואמינות - Achrayut
ve-Aminut)
A responsabilidade e a confiabilidade, governadas pelo lobo frontal, são
centrais nos mandamentos da Torá sobre cumprimento de promessas e deveres. Em
Números 30:2, é dito: "Quando um homem fizer um voto ao Senhor ou fizer um
juramento de obrigar-se por algum compromisso, não violará sua palavra; fará
conforme tudo o que saiu de sua boca." A capacidade do lobo frontal de
planejar e prever consequências é crucial para a manutenção da palavra e das
responsabilidades.
5. Respeito e Honra aos Pais (כבוד הורים - Kavod Horim)
A Torá ordena o respeito e a honra aos pais em Êxodo 20:12: "Honra
teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor,
teu Deus, te dá." O lobo frontal ajuda a moderar o comportamento,
permitindo que os indivíduos mostrem respeito e consideração, refletindo a
importância desse mandamento.
A interação entre o lobo frontal
e os valores éticos da Torá ilustra como nossos processos neurocognitivos
sustentam e facilitam a prática da moralidade religiosa. A teologia e a
neurociência e juntas podem fornecer uma compreensão mais profunda de como os
seres humanos são equipados para viver de acordo com elevados padrões éticos e
morais que, na verdade, são o conteúdo da lei dos dez mandamentos. As decisões
morais governadas pelo lobo frontal não apenas permitem a convivência
harmoniosa na sociedade, mas também capacitam os indivíduos a seguir os valores
atemporais contidos na Torá, criando uma sinergia entre biologia (corpo) e espiritualidade (razão + alma = nephesh).
A proibição bíblica em relação ao
uso de bebidas fermentadas tem o respaldo no fato de que o álcool afeta
especialmente o lobo frontal do cérebro, que é responsável por várias funções
importantes, incluindo a tomada de decisões, o controle de impulsos, a
regulação das emoções, o planejamento e a organização. O lobo frontal também
desempenha um papel crucial na definição dos valores e significados pessoais,
bem como no comportamento social.
Quando uma pessoa consome álcool,
ele pode interferir no funcionamento normal do lobo frontal, resultando em:
1. Diminuição do Controle de
Impulsos: A pessoa pode se tornar mais impulsiva e propensa a tomar
decisões precipitadas.
2. Alteração no Julgamento e
na Tomada de Decisões: A capacidade de avaliar situações e tomar decisões
sensatas pode ser prejudicada.
3. Mudanças no Comportamento
Social: O álcool pode levar a comportamentos sociais inadequados ou
arriscados, pois o controle das normas sociais e éticas pode ser reduzido.
4. Regulação Emocional:
Pode haver uma dificuldade em regular as emoções, resultando em mudanças de
humor ou comportamento agressivo.
5. Valores e Significados:
O impacto no lobo frontal pode afetar como a pessoa percebe e valoriza aspectos
importantes da sua vida, influenciando suas crenças e atitudes.
Esses efeitos afetam a capacidade
cognitiva da alma impedindo a guarda da lei. Por essa razão, a Bíblia adverte
contra embriaguez: Provérbios 20:1: "O vinho é zombador e a bebida
fermentada provoca brigas; não é sábio deixar-se dominar por eles."
Efésios 5:18: "E não vos embriagueis com vinho, no qual há devassidão, mas
enchei-vos do Espírito." A embriaguez é associada a comportamentos
insensatos e destrutivos. O domínio próprio é uma virtude importante na Bíblia,
e a embriaguez compromete a capacidade de tomar decisões sábias e comportar-se
de maneira piedosa.
Regras para Líderes Religiosos:
Levítico 10:9: "Nem tu nem
teus filhos beberão vinho ou outra bebida fermentada quando entrarem na tenda
do encontro, senão morrerão. Este é um decreto perpétuo para as suas
gerações."
1 Timóteo 3:2-3: "É
necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível... não dado ao vinho."
Líderes religiosos são chamados a
ser exemplos de comportamento piedoso e a manter a clareza mental e a
sobriedade para realizar suas funções espirituais de maneira adequada.
Por outro lado, àqueles que suportam responsabilidades administrativas, a Bíblia admoesta dizendo:
Provérbios 31:4-5: "Não
convém aos reis, ó Lemuel, não convém aos reis beber vinho, nem aos príncipes
desejar bebida forte; para que não bebam, e se esqueçam da lei, e pervertam o
direito de todos os aflitos." A responsabilidade de governar com justiça e
sabedoria requer uma mente clara e discernimento, que podem ser comprometidos
pelo consumo de álcool.
Logicamente, a manutenção de
almas saudáveis é tarefa para aqueles que estão em preparo para estarem
perfilados com os remanescentes, o quarto anjo de Apocalipse 18:1 “ E depois
destas coisas vi descer do céu outro anjo, que tinha grande poder, e a terra
foi iluminada com a sua glória”.
Se sabemos que a glória significa
caráter, o desenvolvimento de nossa nephesh é a obra individual e coletiva para
os fiéis. Álcool é uma das variáveis que danificam a alma; temperança em todos
os aspectos é a prioridade dos santos.
Um comentário:
Perfeito!! Muito bom!
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