“O homem caiu. A imagem de Deus
nele se acha deformada. Por causa da desobediência ele se tornou depravado em
suas inclinações e debilitado em suas faculdades, aparentemente incapaz de esperar
qualquer outra coisa além de tribulação e castigo” (Ellen White, Refletindo a
Cristo, 23 de janeiro, p.29) .
A queda do homem significou a rebaixada
do nível moral no qual fora criado e colocado por Deus. Havai simetria nas três
dimensões humanas: corpo, alma e espírito. Depois da queda veio a depravação; perversão
ou corrupção, o efeito de estragar, alterar para pior. A queda alterou para
pior as inclinações, os desejos humanos que eram sempre em direção ao que é
justo; agora estão estragados. Não há mais inclinação para fatos de justiça,
apenas para injustiças ou iniquidades. As faculdades espirituais todas foram
alteradas; as capacidades naturais ou adquiridas para realizar alguma coisa.
Assim, a sensação, o pensamento, a imaginação, a memória e a vontade, responsáveis
por vários fenômenos, como percepção, experiência de dor, crença, desejo,
intenção e emoção, estes últimos ligados à alma humana, todas as faculdades que
estão relacionadas com as funções superiores do cérebro humano e que
possibilitam sua cognição e comportamento, estas faculdades foram
alteradas para pior com a queda.
Mas Deus, por intermédio de Cristo, planejou
um escape, e diz a todos: “Portanto, sede vós perfeitos” (Mateus 5:48). Em
outras palavras, não era o plano de Deus deixar a humanidade pós-queda nesse
estado degradado ou depravado. O
propósito divino é que o homem seja correto e digno diante dEle, e assim, por
meio de Jesus Cristo, o Seu plano não será frustrado. “Ele enviou o Seu Filho a
este mundo a fim de pagar a penalidade do pecado, e mostrar ao homem como viver
uma vida sem pecado” (Ellen White, idem). Chamamos a atenção para que
ao homem foi dada oportunidade para deixar a depravação e retornar ao status
quo em que estava no Éden. A ideia de homem permanentemente pecador não é
bíblica.
“Cristo é o nosso ideal. Ele
deixou um exemplo perfeito para as crianças, os jovens e os adultos. Ele veio à
Terra e passou pelas diferentes fases da experiência humana. Em Sua vida o
pecado não encontrou lugar. Do início ao fim de Sua vida terrena, Ele manteve
pura Sua lealdade a Deus. As Escrituras dizem dEle: Crescia o menino e Se
fortalecia, enchendo-Se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre Ele (Lucas
2:40). Ele crescia “em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos
homens” ( Lucas 2:52). (Ellen White, idem).
“O Salvador não viveu para a
satisfação de Si mesmo. [...] Não possuía lar neste mundo, exceto quando a
bondade de Seus amigos lhe providenciava um; no entanto, era divinal estar em
Sua presença. Dia a dia Ele enfrentava as provações e tentações, mas não
fracassou nem ficou desanimado. Era sempre paciente e bem-disposto, e os
angustiados O aclamavam como um mensageiro de vida, paz e saúde. Nada havia em
Sua vida que não fosse puro e nobre” (Ellen White, idem). O que é importante na
citação acima? Jesus é o homem que viveu sem dar oportunidade ao pecado. No seu
dia a dia estava exposto às mesmas tentações ou sugestões satânicas como
qualquer ser humano. Mantinha suas inclinações e suas faculdades conforme o padrão que fora dado a Adão. O padrão é a lei de Deus. Ali
há nossos deveres para com a divindade e também nossos deveres para com os
semelhantes. Jesus era 100% homem. Não havia nenhuma diferença nele que o
separasse do conjunto dos humanos. E nem poderia haver, sob pena de não nos
representar. Por essa razão, somos
instados a imitá-lo.
A promessa de Deus é: “E sereis
santos, porque Eu sou santo” (Levítico 11:44). A santidade é o estado contrário
ao pecado; a santidade é o reflexo da glória de Deus. O reflexo do caráter de
Deus. Mas para refletirmos esta glória, precisamos cooperar com Deus. A
cooperação é possível quando o coração e a mente se esvaziam de tudo que conduz
ao erro. O erro é chamado na Bíblia de mundanismo; conformidade com o
pensamento ou o comportamento da sociedade humana depravada em sua essência.
O combate ao erro somente é possível pela suplantação do raciocínio mundano. É
necessária a substituição dos pressupostos da razão pura, da tradição
civilizatória humana por outras pressuposições que somente são encontrados na Palavra
de Deus. Esta precisa ser lida e estudada com um sincero desejo de obter dela
força espiritual.
A força espiritual significa que
novas ideias ultrapassarão as antigas. A Bíblia é o Pão do Céu; as ideias
celestes alimentarão a nova mente e formarão a nova alma. Os que recebem o Pão
do Céu e o tornam uma parte de sua vida, se fortalecem em Deus e não no
mundanismo ou tradições humanas que formam o senso coletivo. Nossa santificação,
ou nossa conformidade com o caráter de Deus, é o objetivo de Deus em toda a Sua
conduta conosco. Ele nos escolheu desde a eternidade, para sermos santos.
Cristo declara: “Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação” (1
Tessalonicenses 4:3). Em decorrência do que até aqui vimos, será necessário que
queiramos que os nossos desejos e inclinações sejam mantidos segundo a vontade divina. Sem nossa aquiescência, nada da parte de Deus será
realizado. Nestas circunstâncias permaneceremos na depravação. Por esta razão,
é necessário um novo nascimento que se inicia com o batismo por imersão.
Ninguém sai do estado depravado
sem pagar a multa prevista na lei de Deus, qual seja, sem derramamento de
sangue não há remissão de pecado, portanto, a própria vida deve ser o pagamento
(batismo). Era essa necessidade que os sacrifícios diários no santuário
enfatizavam. O cordeiro morto diariamente simbolizava Cristo que faria o
pagamento por toda humanidade. Foi a morte de Cristo (nós a experimentamos no
batismo; morremos e ressuscitamos) que possibilitou nossa remissão. Um remido
tem a sua dívida anulada, mas, o prejuízo é sempre debitado a alguém. Assim,
somos eternamente devedores a Cristo.
Devido ao sacrifício de
Cristo, podemos almejar ser santos. O caráter de satanás será substituído pelo
caráter de Deus. “O viver a vida do Salvador, o superar cada desejo egoísta,
cumprindo corajosa e alegremente nosso dever para com Deus e para com aqueles
que nos cercam, nos torna mais do que vencedores. Isso nos prepara para
permanecer em pé diante do grande trono branco, livres de qualquer mácula ou
ruga, após termos lavado nossas vestes no sangue do Cordeiro” ( Signs of the
Times, 30 de Março de 1904).
Deve ficar entendido que nosso
dever para com Deus está contido nos cinco primeiros comandos da lei dos dez
mandamentos, assim como nosso dever para com os que nos cercam são os outros
cinco comandos. Por causa do sacrifício de cristo, posso reivindicar que me
seja permitido obedecer a Deus e não ao mundo. Tal situação chama-se liberdade.
Um comentário:
Amém, que maravilhoso desejo do Altíssimo fazer essa pacto de concerto para restaurar aquilo que se havia perdido, com o pecado. Obrigado pelo belo artigo.
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