A ideia grega de humano imaturo
traz a informação de que o jovem está incompleto. Neste sentido, incompleto permite
muitos significados quer no aspecto biológico quer no aspecto sócio moral.
No biológico, humanos imaturos
não estão acabados anatomicamente e tampouco fisiologicamente. Meninos e
meninas não têm cérebros completos, seus sistemas de sustentação ainda estão
passiveis de danos, se submetidos a uso inadequado, suas glândulas endócrinas
ainda não operam plenamente, e como consequência, meninos e meninas formam dois
conjuntos socialmente separados, e somente se veem juntos quando hormonalmente
estiverem ajustados. A imaturidade biológica torna o convívio social muitíssimo
instável. Meninos não querem brincar com meninas, embora possam conviver.
Quando imaturos alcançam o estágio
de desenvolvimento conhecido como adolescência, a carga hormonal determina
aproximação e permite que observações mais individualistas aconteçam e, neste
momento, meninos e meninas começam um novo tipo de aproximação. Tal situação
tem uma conotação moral que se verifica explícita na criação do homem.
Adão é criado antes de Eva
(Gênesis 2). O homem ainda só, mas criado à imagem de Deus, portanto,
diferenciado de tudo que o havia precedido na semana da criação, não encontra
nada que corresponda a si mesmo. Deus faz passar diante dele todos os animais e
submete a criação ao domínio do homem, porém, na linguagem bíblica “[...] para
o homem não se achava ajudadora idônea”, sendo que para cada animal havia
correspondência.
Disse Deus: “Não é bom que o
homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele” (Gênesis 2:18). Então
fez Deus Adão cair em pesado sono e, tirando-lhe uma costela criou a mulher.
Tal ato é cheio de significado. A assertiva divina tornando-os uma só carne aponta
que, a formação de pares (homem e mulher) e depois a chegada dos filhos
objetiva a completude do ser humano. É possível inferir que o casal estabelece
interações que vão além dos aspectos morais, entrando nas questões biológicas.
Embora não tenhamos documentos científicos, o matrimônio torna possível a síntese
de químicos que equilibram ambas as partes, dando foco e a sensação de felicidade
ou homeostase. Quer parecer que a carne só alcança maturidade na unidade do
matrimônio.
A realidade da unidade define a
imagem de Deus, sendo que a trindade é uma unidade. A criação da mulher a
partir de uma costela assume importância filosófica, significando mesmo uma
unidade. Por outro lado, qualquer outra forma de associação que não união bíblica
do homem com a mulher deve causar distúrbios de muitas ordens, mas isso a ciência
ainda não determinou. Há uma força especial nessa unidade do matrimônio bíblico.
Em Gênesis 5:1,2 está uma informação crucial: “Este é o livro das gerações de
Adão. No dia em que Deus criou o homem, à semelhança de Deus o fez. Homem e
mulher os criou; e os abençoou e chamou o seu nome Adão, no dia em que foram
criados. Nesta informação o verbo criar engloba ambos, homem e mulher,
confirmando que o homem (Adão = humanidade) é o equivalente a macho e fêmea, conforme
o texto diz: no dia em que Deus criou o homem, ou seja, humanidade é a reunião
de um homem com uma mulher, a essa unidade a Bíblia chama Adão. Somente com
esta dimensão está completo o homem (Adão) pois forma a unidade que interrompe
a imaturidade.
Um comentário:
Brilhante como sempre, professor Claudio. Parabéns!
Postar um comentário