quarta-feira, 30 de junho de 2021

Testando a felicidade

 

Desde que o pecado adentrou nosso planeta, Deus tem realizado alianças para que o declínio moral não se torne absoluto. Por causa do veredicto da sentença de morte, e sendo a misericórdia de Deus o seu mais distinguido atributo, foi dado ao homem um período de vida para que este  pudesse rever a situação moral provocada pela queda e, vendo a bondade de Deus, pudesse responder afirmativamente aos reclamos divinos.

As alianças traduzem a maneira como Deus quer salvar a humanidade. Não se trata de um negócio no qual são feitas exigências que, se cumpridas, oferecem uma recompensa, mas, um acordo onde a fé – acreditar nas promessas e aceitar a instrução divina – estabelece uma relação na qual o homem pode, ainda que separado moralmente de Deus, desfrutar de bençãos e dons que lhe capacitarão a uma vida não centrada em si mesmo.

Vivendo paralelo ao sistema dado a Adão no início, ou seja, tendo comunhão (algo em comum) com Deus, o homem poderia ter uma vida justa, já que o pecado o colocou como escravo de um sistema moral injusto. Assim, poderia o homem experimentar felicidade ou alcançar um estado de equilíbrio que o pecado não pode dar por causa do egoísmo. Tal situação obriga aos seres humanos uma vida de eterna disputa por posições relevantes e por destaques sociais e materiais, fato que desequilibra qualquer relacionamento.

O pecado é um sistema moral no qual não há alegria, pois todos estão sempre querendo algo a mais. Logo, torna-se impossível ter um viver com júbilo. Para os pecadores, alegria é traduzida por aquisição de bens. Assim, todos estão empenhados em uma luta sem tréguas por adquirir. Esta luta não contempla contentamento e alegria.

No ambiente bíblico, a alegria está em proporcionar ambiente justo a todos. Por esse motivo cessam as disputas, sendo que a única preocupação é manter o equilíbrio moral, situação na qual todos têm direito a tudo. Quando tal situação é estabelecida, a Bíblia a define de vida. Jesus define claramente, em João 10:10 os dois sistemas:  O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância. Discorrendo sobre o sistema moral do pecado, Jesus demonstra como funciona: uns roubando a outros; de outro lado, o sistema moral celeste não pretende tirar nada de ninguém, ao contrário, estabelece contentamento e alegria, fazendo cessar o que nos tira a paz e consequentemente a vida. O coração que é regado com o conhecimento de Deus será como um jardim regado, tendo saúde, porque escolheu sair da luta pela supremacia, terá o amor de Deus no coração e promoverá amor aos outros.

A aliança proposta por Deus à igreja cristã é que seja portadora de uma mensagem de amor, comunicando ao mundo o rico amor de Deus em ações de misericórdia. A aliança tem referência à uma nova vida longe da disputa, mas, ligada ao amor. Significa nova mente, novos propósitos, novas intenções, ou seja, vida transformada, ausência de egoísmo e de orgulho. É o santuário de Deus no corpo humano.

Para alcançar essa nova visão de mundo, serão necessários esforços pessoais. Ninguém que esteja disposto a entrar nessa nova realidade vai lutar sozinho. A promessa de Jesus é que estaria conosco todos os dias. Cada um deve clamar ao Salvador em busca de auxílio. Tal atitude define a fé. Se cada um buscar por ajuda do céu, a promessa é que será concedida. Logo, poderemos viver fora do conceito moral da disputa que nos é imposta pelo mundo.

A promessa de Deus assegura que embora estejamos num ambiente adverso, onde há condenação à morte, poderemos ter vida. Jesus disse: “Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação” (João 5:28-29). Então, a promoção da justiça e a produção do equilíbrio moral resultará em vida.

É curioso que a Bíblia menciona a vida eterna em, pelo menos, 41 vezes. Sendo que no Novo Testamento são 35 vezes. A ênfase no Novo Testamento é um apelo a que olhemos a Jesus e copiemos o seu modelo de vida. Há, na verdade, duas dimensões do que a Bíblia chama de vida eterna. A primeira é o uso da proposta moral do céu aqui, enquanto estamos nesta vida terreal. Se fazemos o bem aos nossos semelhantes, devolvendo-lhes o equilíbrio e nos relacionamos com Deus através do exercício da fé em Jesus como nosso modelo e salvador, então já estaremos vivendo a primeira etapa da vida eterna, ainda que tenhamos que morrer. Entretanto, os que morrem em Jesus apenas dormem (João 11:11). A segunda dimensão da vida eterna está no futuro, a promessa da ressurreição e da imortalidade. Essa dimensão está prometida para os morrem em Jesus, ou seja, viveram crendo nele e copiando seu comportamento. Cristo precisa se tornar uma só carne conosco, um só espírito ou raciocínio, o qual se adquire mediante a fé. A imitação da vida de Jesus nos trará o princípio da vida eterna, além disso, proporcionará a justificação sem a qual estaremos plenamente culpados diante da Lei. Se Jesus guardou a Lei, imitando-o também guardaremos a lei.

2 comentários:

Unknown disse...


Muito interessante esse artigo sobre a vida eterna. Podemos ter a vida eterna aqui na Terra enquanto vivermos fazendo o bem ao nosso próximo, e para isso devemos viver a vida que Jesus viveu, fazendo o bem, para que não vivamos apenas esta vida, mas a vida eterna em Cristo Jesus na sua morada.

Ezequiel Monteiro disse...

Análise tremenda. Que o Deus Eterno nos tenha em suas mãos…