Nosso Brasil está experimentando
tempos de muita inquietação por força da situação política. Há um duelo entre
esquerdistas (autodenominados progressistas) e direitistas (chamados pelos
esquerdistas de conservadores), o qual, se não for resolvido, terminará de
forma imprevisível. No horizonte há nuvens cujas cores são indefinidas. A tendência
é que as cores se carreguem de chumbo.
Toda situação do país advém de
uma urdidura esquerdista planejada ao longo de décadas, em cujo programa estão
a destruição de pilares cristãos, a quebra de conceitos morais, a degradação da
pessoa humana, bem como de instituições dadas por Deus para conter a cobiça,
tais como o casamento, o trabalho honesto. Neste ambiente de insalubre convivência
social, instalou-se o egoísmo, a corrupção, a desafeição. Estamos numa
sociedade doente.
O cenário acima afeta todas as
transações humanas. Afeta, com muita ênfase, o trabalho de instituições que, em
situações mais amenas, estariam voltadas ao bem estar social. Entre essas instituições
estão as igrejas cristãs, cujo patrono é Cristo Jesus, o (sol) paladino da justiça.
Todavia, neste ambiente maléfico, as igrejas tornam-se contaminadas. Há uma
liderança que abraçou as iniquidades vigentes, travestindo-as com o nome de
técnicas para conversão de almas.
Em muitas igrejas cristãs a
cobiça transfigurou-se em evangelho. O interesse pelas almas é interpretado por
lucro. O serviço a Deus é transformado em diversão; os crentes adoram a si
mesmos. Às construções de templos chamam de centros de influência. Estes servem
para atração de pessoas em busca de serviços, e nesse afã, transformam as
igrejas em locais onde ao invés de os homens girarem em torno Deus e sua lei, é
Deus quem gira em torno dos membros. Denominam a esses espaços de comunidades,
ou locais onde o centro é o homem e Deus corre atrás deles.
Assim se passa com a política.
Numa democracia, o poder emana do povo. Porém, no caso brasileiro, os políticos
inverteram a equação, sendo que o povo, aquele que detém o poder é o que gira
em torno do governo, aquele a quem o povo elege porque tem o poder. Esse modelo
está contaminando as igrejas. Deus, o todo poderoso, corre atrás dos membros.
Estes, por sua vez, por saberem que Deus os busca, transformam os princípios celestes
em arranjos humanos pensando que Deus serve a eles e tudo suportará por eles.
Entenderemos melhor esse cenário
se buscarmos um paralelo na Bíblia. Tal paralelo está no episódio do bezerro de
ouro. Aliás, esse ocorrido do passado é esclarecedor para muitos fatos atuais.
Naquela ocasião Moisés, chamado por Deus, sobe ao monte Sinai para receber os
mandamentos escritos pelo próprio dedo de Deus. Enquanto lá no cimo do monte, o
tempo no pé da elevação passa e o povo começa a sentir insegurança pela demora
de Moisés.
Entre os israelitas estavam
muitos egípcios que, com medo do poder presenciado durante as 10 pragas,
resolveram acompanhar os israelitas. Aqueles não israelitas saíram sem terem
seus olhos limpos das contaminações do Egito. Por essa razão, começaram a
murmurar dizendo que possivelmente Moisés não retornaria, poderia ter morrido,
dada a demora. Mesmo tendo visto o poder com que Deus retirara seu povo, não estavam
acostumados a servirem a um Deus invisível. No Egito, todos os deuses eram
materializados, e como consequência, viram-se desamparados sem Moisés e sem
compreenderem um Deus invisível.
Logo contaminaram aos israelitas
com pouco conhecimento. Quando a quantidade dos descontentes aumentou, chamaram
a Arão e pressionaram pelo retorno ao Egito e por segurança religiosa.
Necessitavam da proteção de um Deus visível. Arão, não confiou em Deus e, com
medo de perder sua vida, ordenou que trouxessem ouro. Pensava ele que o povo
não aportaria o ouro, mas enganou-se. Assim, Arão forjou um ídolo que
representava a Deus, porém, com as características de um deus egípcio. O
bezerro representava Jeová, mas a forma de culto era egípcia.
Quando Moisés desceu para ver o
que estava ocorrendo, chamou o irmão e este, desculpando-se da prevaricação,
disse-lhe: “E Moisés perguntou a Arão: Que te tem feito este povo, que sobre
ele trouxeste tamanho pecado? Então respondeu Arão: Não se acenda a ira do meu
senhor; tu sabes que este povo é inclinado ao mal; E eles me disseram: Faze-nos
um deus que vá adiante de nós; porque não sabemos o que sucedeu a este Moisés,
a este homem que nos tirou da terra do Egito. Então eu lhes disse: Quem tem
ouro, arranque-o; e deram-mo, e lancei-o no fogo, e saiu este bezerro” (Êxodo 32:21-24).
Arão tentou enganar a Moisés
(como se o pudesse) dizendo: lancei o ouro no fogo e saiu este bezerro,
querendo fazer crer que ocorrera um milagre. Aquele ídolo era um ídolo, mas
produto de um milagre. Arão quis desculpar a idolatria. Porem, não tinha desculpa,
porque vira a manifestação da glória de Deus e esta não tinha a forma de um
bezerro, fora Arão quem transformara a glória de Deus em formato de um boi. Por
esse motivo, a ira de Deus levantou-se contra Arão para destruí-lo.
Afortunadamente, a intercessão de Moisés somada ao profundo arrependimento de
Arão o conservou vivo.
Note-se que o espírito
condescendente de Arão e seu desejo de agradar cegaram-lhe os olhos a um crime.
Ao emprestar sua influência ao pecado de Israel, causou a morte de milhares. Sim,
foram mortos três mil homens pela espada dos levitas. Tal punição ocorreu para
testemunho às nações, ou seja, para nosso testemunho.
Há na Bíblia um relato um pouco
diferente, quando um pecado pareceu ficar sem punição. Caim teve a sua vida
poupada, mesmo tendo matado ao irmão e desafiado a Deus. Aqui está o que a
Bíblia diz sobre este caso: “O SENHOR, porém, disse-lhe: Portanto qualquer que
matar a Caim, sete vezes será castigado. E pôs o SENHOR um sinal em Caim, para
que o não ferisse qualquer que o achasse”(Gênesis 4:15). O que vemos parece um
paradoxo. Seria Deus injusto em relação ao pecado de Israel? Teria Deus
escondido ou permitido o delito de Caim mas não o de Israel?
O tempo é o senhor da razão. Deus
não executou imediatamente a Caim para que o universo pudesse observar o
resultado de permitir que o pecado ficasse sem punição. A influência exercida sobre
os descendentes por causa dos ensinos e do exemplo de Caim determinou o estado
de corrupção que exigiu a destruição do mundo pelo dilúvio. Uma vida longa de
pecados não se torna uma benção, pois quanto mais vivem os homens, mais
corruptos se tornam.
Atualmente, o tempo parece passar
e tudo permanece igual. As igrejas cristãs em sua vivência com a corrupção humana,
parecem esperar vida longa e sem punições. Dezenas de sacerdotes enganam por
lucro e centenas de crentes adotam a dinâmica corrupta como sua norma. As
igrejas mais progressistas estão infiltradas de pessoas com pensamento político
esquerdista, cultuando ao bezerro de ouro. Querem que a igreja represente a
Deus, mas as manifestações são egípcias.
Os chamados centros de influência
adotam as manifestações esquerdiformes e afrontam a Deus tirando a sua
autoridade. A Bíblia é interpretada e ensinada em consonância com as tradições
humanas. Há um sentimento esquerdiforme de que Deus é amor, logo, não haverá
qualquer punição, embora haja um sentimento de que tudo está mudado. Na medida
em que Deus é quem orbita em torno do povo e não o povo em torno de Deus, tudo
pode ser mudado o quanto o povo quiser, sem qualquer cometimento.
Assim,
passam-se os dias. Porém, foi o próprio Deus quem avisou: “E, como aconteceu
nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem (Lucas 17:26). As
palavras do Salmo 25:14 parecem adequadas para encerrar este texto: “O segredo
do SENHOR é com aqueles que o temem; e ele lhes mostrará a sua aliança”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário