Nossa visão de mundo está muito contaminada com ideias pós-modernistas.
A realidade está relativizada e a interpretação dos fatos não é conformada de
acordo com crenças a priori. Nos centros urbanos mais tecnológicos pessoas
lidam diretamente com a virtualidade, o que os leva a viver uma dualidade entre
o real e o imaginário. Tal situação tem gerado uma onda de insegurança, por força
da interpretação fluida dos acontecimentos, dando a sensação de que se está sem
ter os pés no chão. A insegurança por falta da positividade da realidade, por ausência
de um “assim deve ser”. Aquilo que se pensava ser não é e, nestas
circunstâncias, cria-se um estado mental de pânico, o qual não é imediatamente perceptível,
e quando já está causando prejuízos, geralmente não se raciocina da causa para
o efeito.
Nenhum dos conceitos que outrora
eram fixos ou altamente tangíveis e que nos faziam fortemente aderentes a
determinadas concepções, podem ser defendidos hoje, sob pena de banimento
social. Está-se vendo o comportamento das mídias sociais que causam banimento a
quem defende conceitos morais fixos. Conceitos morais firmemente defendidos;
virtude tais como honestidade, probidade, coerência ética, alinhamento com
noções de certo ou errado, tudo está liquefeito, tornando possível e defensável
qualquer comportamento, mas, causando uma confusão mental sem precedentes.
Hábitos que concretamente eram nocivos ontem, hoje tomam aspectos de liberação
e independência, não importando se outros estão incomodados. Há uma tentativa
de impor a chamada ideologia de gênero, atribuíndo a isso um certo grau de
sofisticação mental, evolução social, liberdade de noções que eram impostas por
outros que nos manietavam moralmente. Todavia, nunca foi tão avassalador o
número de pessoas usuárias de drogas ilícitas e pessoas acometidas de doenças
do sistema nervoso, além de calamitoso número de suicídios.
As religiões cristãs, mesmo as mais
tradicionais, estão se adaptando ao pós-modernismo, sem se dar conta que esse
tipo de raciocínio filosófico é contraditório ao cânone religioso, porque a
Bíblia apresenta como base inarredável do seu argumento a existência de um código
moral anterior a criação do homem, o qual lhe foi dado a priori, como
sendo a verdade e o foco por onde deverá interpretar os fenômenos sociais. Para
o judaísmo, do qual evoluiu o cristianismo, Deus entregou a sua lei no pé do
monte Sinai, passando a lei a ser o padrão moral. O pós-modernismo (o principal
defensor é Nietzche) argumenta que a realidade é fluida e absolutamente
subjetiva. Logo, não há nenhuma verdade pronta à qual devamos aderir, mas, construiremos
nossa verdade pessoal, um tipo de evolução social muito libertadora, vantajosa
e egolátrica. Quando se alcança esse tipo de sofisticação, alcança-se a
libertação do ser, um grau de raciocínio que independe de códigos morais que
nos limitam na busca individual da realização.
Igrejas cristãs que aderem às
ideias pós-modernas não poderão ser mais consideradas cristãs, por força do
raciocínio que nega a existência de uma realidade moral que está pronta à qual
devemos aderir. Assim, para pós-modernistas, admitir um Deus que gera a ética
moral, impede a evolução social, porque manieta as pessoas proibindo-as de
experimentar a evolução que liberta.
Tal ideia não é recente, e nem
foi plasmada por Nietzche, mas por Lúcifer. Lá no Éden ele disse à mulher que
Deus a estava proibindo de evoluir mentalmente. A noção de não adesão a
qualquer código moral leva, inevitavelmente à degradação moral e,
consequentemente, à morte prematura. Esse resultado foi prontamente alcançado
pelas gerações pré-diluvianas, levando-as à destruição.
Nas igrejas que aderem ao pós-modernismo, toda
noção anterior de ética social cristã é substituída por uma aproximação a costumes
nada ortodoxos, dando entrada a comportamentos que a Bíblia não advoga. O que
acontecerá à comunidade social é a deriva dos códigos posturais bíblicos para a
adoção de comportamentos anátemas, mas que se tornarão aceitos, afastando a
sociedade do ideal sagrado, tornando-a insensível aos apelos por retorno e arrependimento.
Há casos em que crentes aderem a práticas homossexuais, por exemplo,
justificando que não se trata de código moral, mas de um problema fisiológico. Há
mesmo uma tendência em aceitar tal situação, porque a legislação civil está
permitindo a destruição da ética bíblica. O pós-modernismo é uma das variáveis
que Satanás está usando para enganar os crentes atuais. E será uma avassaladora
influência, porque vem adicionada da autoridade científica. Se a Bíblia for
considerada ultrapassada, então, nem que um anjo viesse do céu poderia
interferir. Pós-modernidade nada tem a ver com cristianismo. Se não fora a misericórdia
de Deus, a força do pós-modernismo aniquilaria o cristianismo.