Somos chamados por Deus
para descrever e demonstrar ao mundo as virtudes daquele que nos tirou das
trevas para sua maravilhosa luz. Aquele que nos tirou deste enegrecido mundo,
no qual a cobiça é o núcleo de todos os códigos humanos.
A igreja de Deus foi
vertiginosamente ajustada para refletir o funcionamento dos céus. Nela vemos o
sistema de cooperação sobre o qual o universo está ancorado. Os seus membros
são instados a cooperar de muitas formas, incluindo os dízimos e as ofertas. A
premissa deste sistema é que Deus é o grande provedor de tudo o que há nos céus
e na terra, e nesta condição, ele permite que suas criaturas tenham o usufruto
de tudo o que foi criado. Considerando que todas as coisas vêm de Deus,
então, num sistema de cooperação, aqueles que recebem deverão também doar para que haja
continuidade na cooperação.
O conhecimento do que foi explanado acima levou Jacob a Dizer: “E esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo” (Gênesis 28:22). Ele claramente entendeu que aquilo que nos é fornecido, sem que tenhamos participação na elaboração, deve ser compartilhado, por esse motivo, sua vida foi próspera.
Tudo o que temos vem de
Deus, por essa razão, Deus ordenou que Moisés instruísse aos sacerdotes e todos
os levitas com o seguinte comando: “Também falarás aos levitas, e dir-lhes-ás:
Quando receberdes os dízimos dos filhos de Israel, que eu deles vos tenho dado
por vossa herança, deles oferecereis uma oferta alçada ao SENHOR, os dízimos
dos dízimos” (Números 18:26).
Ellen White, explicando
como fora implantado o sistema de Deus na criação do mundo, diz: “Ora, o pecado
manchou a perfeita obra de Deus, todavia permanecem os traços de Sua mão. Mesmo
agora todas as coisas criadas declaram a glória de Sua excelência. Não há nada,
a não ser o coração egoísta do homem, que viva para si. Nenhum pássaro que
fende os ares, nenhum animal que se move sobre a terra, deixa de servir a
qualquer outra vida. Folha alguma da floresta, nem humilde haste de erva é sem
utilidade. Toda árvore, arbusto e folha exalam aquele elemento de vida sem o
qual nenhum homem ou animal poderia existir; e animal e homem servem, por sua
vez, à vida da folha, do arbusto e da árvore. As flores exalam sua fragrância e
desdobram sua beleza em bênção ao mundo. O Sol derrama sua luz para alegrar a
mil mundos. O próprio oceano, a origem de todas as nossas fontes, recebe as
correntes de toda a terra, mas recebe para dar. Os vapores que lhe ascendem ao
seio caem em chuveiros para regar a terra a fim de que ela produza e floresça”.
(DTN, 9)
A autora assinala que
“Mesmo agora todas as coisas criadas declaram a glória de Sua excelência”. A
excelência de Deus a qual é também a sua glória ou caráter, é exatamente o
compartilhamento, entre todas as suas criaturas, de tudo o que está na Sua
posse. Jesus explicou como o pecado apagou tal excelência na humanidade
contando a parábola do filho pródigo. Nos diálogos com os filhos, o pai fala do
compartilhamento da sua riqueza, dizendo que os filhos possuem tudo o que é do
pai. Porém, a cobiça pecaminosa aparece no querer do filho mais novo. Não havia
nele a dimensão do compartilhamento.
O mesmo senso de
cooperação é deparado nos anjos. A escritora Ellen White procura explicá-lo
assim: “os anjos da glória acham seu prazer em dar — dar amor e infatigável
cuidado a almas caídas e contaminadas. Seres celestiais buscam conquistar o
coração dos homens; trazem a este mundo obscurecido a luz das cortes em cima;
mediante um ministério amável e paciente operam no espírito humano, para levar
os perdidos a uma união com Cristo, mais íntima do que eles próprios podem
avaliar”. Assim, a tarefa dos anjos é ensinar e demonstrar o sistema de
cooperação, de modo que a humanidade é convidada a aprender unindo-se a Cristo,
ou seja, copiando o seu exemplo.
Conforme visto, a obra
dos anjos é descontaminar as almas caídas trazendo luz ao mundo obscurecido. Significando
que aos anjos cabe a missão de tornar possível o sistema de cooperação entre os
humanos. Estes seres celestiais conquistam o coração das pessoas dirigindo-as
para cuidarem de outras pessoas.
Porém, é em Cristo, o homem-Deus,
que o sistema de cooperação está plenamente desenvolvido e demonstrado. Por
essa razão, Ellen White descreve assim: “Volvendo-nos, porém, de todas as
representações secundárias, contemplamos Deus em Cristo. Olhando para Jesus,
vemos que a glória de nosso Deus é dar. “Nada faço por Mim mesmo” (João
8:28), disse Cristo; “o Pai, que vive, Me enviou, e Eu vivo pelo Pai”. João
6:57. “Eu não busco a Minha glória” (João 8:50), mas “a dAquele que Me enviou”.
João 7:18. Manifesta-se nestas palavras o grande princípio que é a lei da vida
para o Universo. Todas as coisas Cristo recebeu de Deus, mas recebeu-as para
dar. Assim nas cortes celestes, em Seu ministério por todos os seres criados: através do amado Filho, flui para todos a vida do Pai;
por meio do Filho ela volve em louvor e jubiloso serviço, uma onda de amor, à
grande Fonte de tudo. E assim, através de Cristo, completa-se o circuito da
beneficência, representando o caráter do grande Doador, a lei da vida.
A frase “através do amado
Filho, flui para todos a vida do Pai” significa que o sistema de cooperação é o
moto contínuo que mantém a vida. Significa ainda que, a cooperação cósmica
construída por Deus o Pai, é a base física que mantém a vida; vida
necessariamente pressupõe relacionamentos, interações, uma rede de criaturas
unidas e transmitindo virtudes umas às outras; tal sistema é denominado vida,
um conjunto de hábitos que caracterizam organismos cujo dinamismo determina o
desenvolvimento. Uma complexa rede onde cada vórtice é um difusor de virtudes.
Quanto mais virtudes são difundidas, mais vida é comunicada. Portanto, vida
eterna significa constante difusão de virtudes, sendo a morte e a escuridão o
oposto.
A quebra desse sistema
cooperativo ocorreu em Lúcifer, antes da criação da Terra. Aliás, o próprio
nome Lúcifer, o portador de luz, implica em que este ser era o promovedor da
cooperação, uma vez que luz significa amor ao próximo (I João 1:7; I João
2:10-11). A pergunta que não quer calar é: como pôde surgir nele a cobiça?
Sobre este assunto, Ellen
White diz: “No próprio Céu foi quebrantada essa lei. O pecado originou-se na
busca dos próprios interesses. Lúcifer, o querubim cobridor, desejou ser o
primeiro no Céu. Procurou dominar os seres celestes, afastá-los de seu Criador,
e receber-lhes, ele próprio, as homenagens. Portanto, apresentou falsamente a
Deus, atribuindo-Lhe o desejo de exaltação própria”.
É importante saber o que
significa o adjetivo cobridor: Lúcifer era o querubim cobridor, o mais exaltado
dentre os seres criados. Sua posição era a mais próxima do trono de Deus, e ele
se achava intimamente vinculado e identificado com a administração do governo
de Deus, havendo sido ricamente dotado com a glória de Sua majestade e poder. —
The Signs of the Times, 28 de Abril de 1890.
A estratégia de Lucifer
para criar um novo modelo foi tentar revestir o amorável Criador com suas
próprias más características. Assim enganou aos anjos. Assim enganou aos
homens. Levou-os a duvidar da palavra de Deus, e a desconfiar de Sua bondade.
Como o Senhor seja um Deus de justiça e terrível majestade, Satanás os fez
considerá-Lo como severo e inclemente. Assim arrastou os homens a se unirem com
ele em rebelião contra Deus, e as trevas da miséria baixaram sobre o mundo.
Em outras palavras, Lúcifer
ajuizou que o sistema de cooperação fora montado para exaltar a Deus. Na sua
visão, Deus era injusto, mantendo todas as criaturas presas numa rede de
serviços. Portanto, deveriam ser libertos pela proposição de um novo sistema.
Ao invés de uma lei que os obrigava e aprisionava numa rede de cooperação, os seres
criados deveriam ser livres, uma forma de adquirirem autodeterminação, evolução
e conquistas morais e físicas. Todavia, fora de uma rede de cooperação a cobiça
torna-se o motor das decisões. Mas, Lúcifer quis ser Deus, pensando que poderia
sustentar o sistema criado, porém, motivado por um princípio oposto ao
princípio celeste.
É necessário que vejamos
João 1:3-4: “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi
feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens”. Em outras
palavras, somente Deus tem o poder para conservar a rede cósmica de cooperação
em andamento, porque todas as coisas foram feitas por Ele. Essa rede é a vida,
e os homens, se mantidos nessa rede, viveriam. Logo, a adesão ao sistema oposto
ao celeste acarretou a morte.
A pretensa liberdade
apregoada por Lúcifer trouxe a este mundo a cobiça. Cain cobiçou a posição do
irmão matando-o. Jacob cobiçou a benção da primogenitura causando a separação. José
teve na cobiça dos seus irmãos o motor para separação. A cobiça tem sido a
causa da degradação moral e separação de povos, famílias, comunidades. A cobiça
nos alcança, e por essa razão, temos separação no seio da igreja.
Separação implica em quebra na rede de cooperação,
logo, morte.
A solução para esse
problema foi a criação de um Estado onde os princípios celestes fossem o drive
moral do crescimento social. Deus chama Abraão e, a partir dele forma a nação
israelita. A sociedade hebraica foi pensada para operar um excelente sistema de
cooperação. Vejamos alguns exemplos da vida cotidiana dos hebreus.
Faço lembrar aqui que
Israel era uma nação onde o sistema político era centrado em Deus. Não havia
nenhuma palavra, no mundo antigo, para definir este estado de organização
política, assim, o historiador Flavius Josephus cunhou Teocracia. No entanto,
esta palavra tem sido muito abusada e tomada para significar o que não é,
nomeadamente, governo de clérigos, sacerdotes. Essa não era a realidade de
Israel. Israel era uma nação Deus. Se qualquer palavra faz justiça à noção
descortinada em Deuteronômio, esta não é teocracia, mas nomocracia, o reino das
leis (Estado de direito), não reino de homens. Assim, as leis reinavam.
Em Deuteronômio 18:1-5,
lemos o seguinte: “Os sacerdotes levitas, toda a tribo de Levi, não terão parte
nem herança com Israel; das ofertas queimadas do SENHOR e da sua herança
comerão. Por isso não terão herança no meio de seus irmãos; o SENHOR é a sua
herança, como lhes tem dito. Este, pois, será o direito dos sacerdotes, a
receber do povo, dos que oferecerem sacrifício, seja boi ou gado miúdo; que
darão ao sacerdote a espádua e as queixadas e o bucho. Dar-lhe-ás as primícias
do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e as primícias da tosquia das tuas
ovelhas. Porque o SENHOR teu Deus o escolheu de todas as tuas tribos, para que
assista e sirva no nome do SENHOR, ele e seus filhos, todos os dias”.
Agora, façamos um cotejo
com o que está em Ezequiel 45:1-5: “Quando, pois, repartirdes a terra em
herança, oferecereis uma oferta ao SENHOR, uma porção santa da terra; o seu
comprimento será de vinte e cinco mil canas e a largura de dez mil. Esta será
santa em toda a sua extensão ao redor. Desta porção o santuário ocupará
quinhentas canas de comprimento, e quinhentas de largura, em quadrado, e terá
em redor um espaço vazio de cinqüenta côvados. E desta porção medirás vinte e
cinco mil côvados de comprimento, e a largura de dez mil; e ali estará o
santuário, o lugar santíssimo. Esta será a porção santa da terra; ela será para
os sacerdotes, ministros do santuário, que dele se aproximam para servir ao
SENHOR; e lhes servirá de lugar para suas casas, e de lugar santo para o
santuário. E os levitas, ministros da casa, terão em sua possessão, vinte e
cinco mil canas de comprimento, para vinte câmaras.
Nos dois trechos bíblicos
vemos que os sacerdotes levitas recebiam o sustento de toda nação, além disso, as terras foram distribuídas às tribos, mas,
uma parte da terra deveria ser separada, à qual o texto sagrado chama de terra
santa. Essa porção seria o espaço para o tabernáculo e para as casas dos
levitas. Aqui vemos o pleno funcionamento do sistema de Deus; das terras das
demais tribos saiu a porção que era para o santuário e para os levitas. Os que
receberam de Deus deram aos que não tiveram porção. Tal sistema é novamente encontrado
na entrega das primícias, dízimos e ofertas. Tudo era levado aos levitas para
sustento. Porém, da parte que recebiam davam os levitas os dízimos dos dízimos,
fechando um ciclo de cooperação.
Por outro lado, os
levitas receberam ainda 48 cidades, e destas, seis eram as cidades de refúgio.
Este sistema representava o quinhão dos levitas no interior das tribos, ou
seja, o sistema sacerdotal não comparecia somente em Jerusalém (Silo) , mas
estava próximo ao povo, por um sistema de capilaridade nacional.
O sacerdócio recebia o
sustento dos seus irmãos e devolvia a eles em dízimos e serviços.
No ceio do tabernáculo um
bem aparente sistema de cooperação exibia-se diariamente. Os sacrifícios, uma
ordem de Deus, eram mantidos através do trabalho dos sacerdotes, os quais
recebiam os insumos de toda Israel. Ofertas queimadas vinham dos rebanhos
mantidos pelas tribos, assim como os cereais, frutos do campo, e tudo o que se
plantava. Essa rede de cooperação era uma demonstração prática e didática do
funcionamento do universo. Ellen White refere-se a essa dinâmica dizendo que “O
Sol derrama sua luz para alegrar a mil mundos”. Figurativo ao sistema social
para os filhos de Deus.
O sistema da expiação
também demonstrava o princípio de Deus. Para os sacrifícios eram trazidos,
pelos ofertantes, o gado apropriado, mas também todos os demais itens que
compunham os sacrifícios. Eram três os tipos de sacrifícios que completavam o
método da expiação: Oferta pelo pecado, Holocausto ou ofertas queimadas e
ofertas pacíficas. Todo o sistema sacrifical demonstrava o princípio celeste da
cooperação. Havia a parte de Deus e a parte do homem. Porém, tudo ficava mais
evidente nas ofertas pacíficas. Estas eram a última parte do processo
expiatório ou metodologia da expiação; depois de Deus ter realizado a parte que
lhe cabia (oferta pelo pecado), o homem tendo realizado a sua própria parte
(holocausto), então realizava-se a parte de encerramento do sistema da expiação
com o oferecimento das chamadas ofertas pacíficas. Era uma cerimônia alegre,
pois tratava-se de uma comemoração como consequência da realização das partes
anteriores. Deus e o homem uniam-se para celebrar porque tudo estava em ordem.
Na ocasião, o ofertante trazia animais, cereais no formato de pães e bolos, vinho,
e convidava aos sacerdotes aos familiares e amigos para cearem unidos. Dava-se
a celebração da cooperação Deus-homem e da cooperação homem-homem.
A metodologia da
cooperação também foi exibida durante o nascimento de Jesus. É proposital o
fato de Jesus ter nascido pobre. O rei do universo, a quem pertencem todas as
coisas, torna-se homem dependente dos outros homens por causa da pobreza. É
difícil imaginar que Deus o Pai tenha sido tão espartano com o próprio
filho, assim, quando observamos as circunstâncias do nascimento de Jesus, sua
vida, percebemos que o céu impôs que o salvador fosse atendido, em suas
necessidades, pelos homens. Primeiramente, os presentes oferecidos pelos Reis
orientais (ouro, incenso e mirra), os quais custavam bastante dinheiro, foram
os recursos que os pais utilizaram para custear sua ida ao Egito. Os presentes
não foram oferecidos para cumprir rituais éticos-sociais, tal como se
presenteia atualmente, mas, foram parte do sistema de cooperação que estamos
examinando aqui.
De outra forma, se
olharmos com cuidado, os anjos anunciam o nascimento de Jesus não aos líderes
hebraicos, ou aos membros do Sinédrio, ou aos mais abastados moradores de
Belém, porém, aos pastores. Se poderia justificar o fato argumentando que, naquela
noite, o grupo de pastores nas proximidades de Belém estava conversando sobre a
vinda do Messias, e há muitos estudos salientando esse aspecto, mas, em
realidade, o ofício do pastor é aquele que pratica mais acertadamente o método
de cooperação celeste. ASSIM, AOS QUE ESTAVAM MAIS ATIVOS NA REDE DE COOPERAÇÃO
FORA ANUNCIADO O NASCIMENTO DAQUELE QUE ORGANIZOU O REFERIDO SISTEMA.
A propósito, quando José,
então governador do Egito, recebeu a família migrante, chamou aos irmãos e
recomendou: Se o Faraó perguntar a vossa ocupação, dir-lhe-eis que sois
pastores de ovelhas. José temia que o sistema do Egito engolfasse os irmãos,
lançando-os fora do sistema de cooperação de Deus.
Com todos os exemplos
acima, fica fácil concluir que a religião do céu não está ancorada em sacramentos
cumpridos sem raciocínio, e que se tornam moedas de troca para apaziguar a ira
de Deus ou acumular méritos para o homem. Jesus não escondeu que a entrada no
Reino de Deus correspondia a aquisição de um comportamento de serviço. Explicou
isso na parábola do bom samaritano, na oferta da viúva pobre e pediu ao jovem
rico que vendesse as suas posses materiais e desse aos pobres, assegurando um
tesouro nos céus. O contrário aparece na conduta de Ananias e Safira, mortos
para exemplo, e para demonstração do resultado da cobiça. Eles não entenderam
que a cooperação era o esperado.
Atualmente, a igreja
Adventista funciona nos mesmos moldes da metodologia cooperativa. Os templos
são construídos em terrenos doados, raramente comprados, e a construção do
edifício do templo é responsabilidade dos membros, não do clero. Tal qual o foi
no passado, conforme vimos acima. A manutenção do templo é realizada por causa
das doações que os irmãos trazem à casa do tesouro. Assim, o comprometimento
com as ofertas quer significar que o doador entendeu ser materializada, dessa
forma, a sua entrada no sistema de Deus, através da manutenção da rede de
cooperação, da qual cada membro é um vórtice que irradia energia aos outros
vórtices. Ofertas não são esmolas, mas, a responsabilidade de manter o sistema
de cooperação vivo, ou seja, a participação da metodologia que conserva constante
a vida.
É claro que não estamos
falando apenas de recursos financeiros, mas de uma preocupação em tornar cada
membro uma benção.
Nossas relações sociais
devem ser desenvolvidas de modo a atingir o ideal de não haver necessitados,
nem tampouco dissensões por causa do egoísmo. Em Proverbio 6: 16-19 lemos: “Estas
seis coisas o SENHOR odeia, e a sétima a sua alma abomina: Olhos altivos, língua mentirosa, mãos que
derramam sangue inocente, o coração que maquina pensamentos perversos, pés que
se apressam a correr para o mal, a testemunha falsa que profere mentiras, e o
que semeia contendas entre irmãos.
Em todos os deméritos apontados
há a quebra do sistema de cooperação e, pelo que a Palavra de Deus ressalta,
aqueles em quem estas coisas forem achadas, estarão perdidos. Aqui está
revelada de forma explícita a nomocracia.
Há entre os crentes olhos
altivos? estes são sinônimo de pessoas arrogantes; há entre nós língua
mentirosa, ou seja, línguas que difamam justos e proferem falso testemunho?
Há entre as crentes mãos
que derramam sangue? Aqui não somente estão incluídos os homicidas, mas os que
matam moralmente, os que matam por participarem da dinâmica da política corrupta
ou dos processos desmoralizados de enriquecimento.
Há entre os crentes
alguém que maquina pensamentos perversos? Aqui se encontram os que fazem
manobras, às vezes sutís, para não parecer que estão contra outros, mas estão
agindo vertiginosamente para liquidar, por exemplo, reputações. Agem como boas
pessoas, das quais ninguém é capaz de suspeitar que maquinam o mal, mas
tornam-se destruidores de sistemas que buscam construir homens justos.
Seria o caso de haver
entre os crentes pés que se apressam em correr para o mal? Lembrando que o mal
é sempre o oposto da cooperação. Ou ainda, testemunhas que mentem porque não
são testemunhas oculares? Estas coisas Deus odeia, ou seja, Deus sente aversão. Todavia, ao demérito que
semeia desunião entre os irmãos, a esse Deus abomina, significando que repele
com horror, com asco.
Estamos vivendo as primeiras horas de 2020. Tal momento não é trivial.
Na cultura hebraica, o tempo é circular e sua representação física é uma
espiral ascendente; significa que tudo recomeça, mas não mais no mesmo nível. Sendo
espiral ascendente, a repetição do tempo não poderá ocorrer nas mesmas
condições que as anteriores, mas, em qualidades mais elevadas. Por essa razão,
fazemos planos para o tempo que se repetirá. É bom estarmos conscientes de que
a repetição do tempo não deverá ser uma realidade para todos; alguns não
estarão completando esta nova repetição. Assim, se não escrevemos uma boa
escrita no tempo que se encerrou, é melhor tentar consertar tudo agora. Em
virtude da incerteza da repetição do tempo.
Bom seria que realizássemos uma análise do nosso comportamento, em
relação ao sistema de cooperação celeste. Se constatarmos que estamos bem,
devemos então convocar o sacerdote e nossos amigos e comemorar juntos,
oferecendo a Deus ofertas pacíficas. Em caso contrário, veja-se o exemplo de
Zaqueu: recuperou a salvação quando consertou os fatos que o tiraram da rede de
cooperação celeste.
Nisto reside o poder da
verdade. A influência espontânea e inconsciente de uma vida santa é o mais
convincente sermão que se pode fazer em favor do cristianismo.
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