terça-feira, 28 de abril de 2015

Os Céus são mais altos do que a Terra

As reações humanas diante de Jesus foram as mais diversas e desconcertantes possíveis. Alguns preferiram ignorá-lo assumindo que o filho de um carpinteiro não poderia ser o Messias (ungido) e, por sua origem, não era digno de crédito. Os rabinos e sacerdotes não deram crédito a Jesus, por causa da Sua disposição em colocar-Se além das tradições judaicas. Não avaliavam se Jesus acompanhava a verdade bíblica-profética, apenas que Ele não podia ser o Messias, uma vez que se opunha aos ensinamentos rabínicos e as tradições impostas pela liderança.

Hoje, as religiões chamadas cristãs olham de soslaio para os judeus; reprovam as atitudes de rejeição dos contemporâneos de Jesus. Todavia, do mesmo modo, preferem as tradições humanas aos ensinamentos do Mestre. Cada religião estabelece sua própria interpretação dos ensinamentos proféticos, os mesmos que Jesus ratificou no passado reprovando os judeus. Tal atitude demonstra o peso que as tradições possuem em detrimento dos ensinamentos bíblicos.

Apesar de que Jesus reprovasse as tradições humanas que assumiam proeminência ante os dos profetas, usava o título “Filho do Homem” que, segundo a Bíblia era a designação favorita dEle (aproximadamente 100 vezes no livro de Ezequiel e ocorrendo mais de 80 vezes nos Evangelhos) título que designa-O como o Cristo (ungido) encarnado e testemunha muda do milagre pelo qual criador e criatura uniram-se em uma divina-humana pessoa; deidade tornou-se identificada com a humanidade para que a humanidade pudesse ter outra vez a imagem de Deus.

Religião bíblica necessariamente não tem ligação com tradições humanas (transmissão oral de fatos, lendas, dogmas, etc., de uma sociedade, de geração em geração, independentes das Sagradas Escrituras). Estas são invenções que, esmagadoramente, estão calcadas em repetições de fatos que pertencem ao imaginário ou a realidade terrena. Porém, a realidade bíblica está embasada na sabedoria revelada pela divindade ou deidade a qual, em muitos casos, transcende a realidade terrena, por tratar-se de princípios que regem o universo. Em Isaías 55:9 há uma explicação sobre a realidade bíblica: “Porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos”.
Pelo exposto no texto de Isaías pode-se perceber a razão pela qual Jesus não advogou a tradição judaica, essa baseada na tradição dos rabinos.

Nossa religião também padece do mesmo mal. Há tradições que se colocam mais altas que a Bíblia. Os líderes religiosos entregam interpretações da realidade e, os membros das igrejas as seguem porque são dadas dadas pelas lideranças e por não saberem da Bíblia. Tal situação provoca uma devoção errada, levando pessoas a acreditar estarem bem com Deus, mas que em realidade estão distantes dEle, seguindo a outros homens.

Uma das tradições mais fortes é a ideia de que necessariamente religiosidade dá acesso às bênçãos, e estas, são traduzidas em bens materiais ou prosperidade financeira. No entanto, o ensinamento bíblico é muito diferente, segundo Deuteronômio 28: 11 E o SENHOR te dará abundância de bens no fruto do teu ventre, e no fruto dos teus animais, e no fruto do teu solo, sobre a terra que o SENHOR jurou a teus pais te dar. 12 O SENHOR te abrirá o seu bom tesouro, o céu, para dar chuva à tua terra no seu tempo, e para abençoar toda a obra das tuas mãos; e emprestarás a muitas nações, porém tu não tomarás emprestado. 13 E o SENHOR te porá por cabeça, e não por cauda; e só estarás em cima, e não debaixo, se obedeceres aos mandamentos do SENHOR teu Deus, que hoje te ordeno, para os guardar e cumprir.

A promessa de Deus é colocar os observadores dos mandamentos por cabeça, significando que eles conduzirão a muitos e serão, portanto, uma benção. Nesse raciocínio, dar é ainda melhor que receber, como está escrito, “e emprestarás a muitas nações, porém tu não tomarás emprestado”.


As tradições humanas sempre carregam um fundo egoísta o qual arroja aos homens para longe de Deus. Religião significa religação; se nossa religação é com as tradições, então, estamos unidos aos homens.

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