A Lei de Deus é o fundamento onde se ajusta toda estrutura do
universo. Ela foi determinada ao nosso mundo no primeiro dia da criação, quando
Deus disse haja luz. É muito instigante perceber que Deus, após ter feito a luz,
examina-a e diz que a luz é boa. Por acaso faria Deus alguma coisa ruim? Então,
o que significou examinar a luz? Não nos esqueçamos que a criação da Terra
deu-se após a queda de Lúcifer; havia a tentativa de uma outra luz. A propósito,
luz na Bíblia é a Lei (Provérbios 6:23; II Samuel 22:29; Salmos 119:105),
assim, a luz do primeiro dia era o ordenamento jurídico celeste o qual Deus considerou
adequado.
A Lei sempre antecedeu qualquer interposição divina no
âmbito terrestre. Fora dada no Sinai antes da fundação do Estado teocrático de
Israel. Depois do retorno do cativeiro babilônico a Lei foi lida por Esdras, o
sacerdote (Neemias 8) buscando ensinar ao povo e, novamente, a nação foi reorganizada.
Os anjos proclamaram a lei quando anunciaram o nascimento de Jesus aos pastores
cantando: “Glória a Deus nas alturas e paz na Terra aos homens de boa vontade”.
Quando Jesus pronunciou o famoso sermão da montanha explicou aos ouvintes o
conteúdo da Lei e os fundamentos do seu reino. E novamente em 1844, quando,
segundo a profecia, deu-se a proclamação das mensagens angélicas, a primeira
delas fazia aguda referência à Lei “temei a Deus a dai-lhe glória...” (Apocalipse
14:6,7) e, como consequência, surgem os Adventistas que divulgam a Lei como sua
ordenação jurídico-eclesial.
Há dois sistemas cristãos em andamento para os quais um
evidente ponto de controvérsia é o dia de guarda estabelecido pela Lei: O
sábado do sétimo dia. É fato definido que este preceito da Lei tenha sido dado
a conhecer no nosso planeta e ensinado ao homem antes que o pecado houvesse
penetrado. Isto nos chama atenção e formula uma pergunta importante: Qual o
significado do sábado no contexto da Lei para que o mesmo fosse dado ao homem
antes de mais nada? Por qual razão o homem foi submetido à guarda do sábado
após ter sido criado?
Todos os atos da criação e sua sequência necessariamente
obedeceram a Lei de Deus. Vejamos, se os fundamentos da Lei são o amor a Deus e
o amor ao próximo, então, no primeiro dia, a criação da luz, ou seja, a
implantação da Lei foi o cumprimento dos três primeiros mandamentos ou o
primeiro fundamento. Os outros eventos da criação formam um protocolo para o
cumprimento do segundo fundamento, uma vez que a infraestrutura
implantada/criada fora para manutenção da vida humana e animal. Ellen White em
seu livro “O desejado de Todas as Nações”, no capítulo primeiro evidencia o que
ela chama de ciclo da beneficência: tudo provém de Deus que dá a Jesus e este
distribui aos anjos os quais, por sua vez, distribuem aos homens e estes aos
semelhantes, voltando para Deus. Se olharmos atentamente à criação veremos que
o referido ciclo foi respeitado na sequência dos acontecimentos, restando ao
homem, através da guarda do sábado, devolver a Deus tudo o que havia recebido. Notemos
algo em nosso dia a dia; trabalhamos seis dias para nosso próprio sustento e,
quando deixamos nossa tarefa secular no sétimo dia, estamos realizando o
primeiro princípio da Lei, o amor a Deus. Todavia, o sábado requer que façamos
obras de beneficência e misericórdia. Atendendo a necessidade dos desprovidos alcançamos
o segundo princípio da Lei. A guarda do sábado fecha o ciclo da beneficência
pois recebemos de Deus o que possuímos (os anjos nos auxiliam nos protegendo e
guiando), transferimos parte do que ganhamos aos necessitados (praticamos a
justiça) e, neste sentido, devolvemos a Deus (quando fizestes a um destes
pequeninos a mim o fizestes). O sábado é o presente de Deus ao homem para que
este cumpra completamente a Lei. Se isto é assim, então pode-se ter o juízo do
porque o inimigo golpeia o sábado; retirando o sábado ele destrói a Lei.
Foi por causa da não observância do sábado que Israel foi
levado cativo à Babilônia. De outro lado, no final dos tempos, o sábado será o
motivo para a perseguição dos remanescentes. Este mesmo sábado está sendo
reiterado nas mensagens angélicas de Apocalipse 14: Temei a Deus e dai-lhe
glória. Temer a Deus significa manter a Lei e notar a sua abrangência. Afirmo
que o estudo da Lei deveria ser nossa maior preocupação considerando que a lei
do SENHOR é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do SENHOR é fiel, e dá
sabedoria aos símplices. (Salmos 19:7).
A importância do sábado pode ser compreendida através da
revelação de que, mesmo após a restauração da Terra, o sábado continuará sendo
observado (Isaías 66:23). “Eu vi que o sábado nunca será anulado; antes, por
toda a eternidade, os santos remidos e todo o exército celestial o observarão
em honra ao grande Criador” (Primeiros Escritos, 216). Deus colocou sobre o
sábado a sua santidade, ou seja, a sua Lei, assim, cabe a nós santifica-lo
também. É o dia memorial que reconhece a Deus como o Criador, sendo que em toda
a criação vemos os Seus traços, a sua Lei em operação e, nesta condição o
sábado nos leva à submissão aos fundamentos do universo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário