quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

Redescobrindo a Confiança Perdida: Do Materialismo à Confiança no Criador

 

Romanos 1:20 é um texto profundo e crucial para entender a revelação de Deus por meio da criação. O versículo diz:

"Pois, desde a criação do mundo, os atributos invisíveis de Deus, Seu eterno poder e Sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de modo que os homens são indesculpáveis."

Se quebrarmos o verso em suas partes, ou seja, se fizermos uma análise, poderemos entender coisas que numa leitura superficial não estão óbvias:

ü  "Desde a criação do mundo"

o   Esta frase aponta para o início da existência física, quando Deus criou o universo (Gênesis 1:1). Desde então, a criação tem sido uma "testemunha visível" da existência e do caráter de Deus.

ü  "Os atributos invisíveis de Deus"

o   Paulo está se referindo a qualidades de Deus que não podem ser vistas diretamente, como Sua bondade, sabedoria, santidade, poder e amor.

o   Apesar de serem invisíveis, esses atributos podem ser percebidos através das obras de Deus na natureza.

ü  "Seu eterno poder"

o   A criação do universo demonstra o poder infinito de Deus.

o   Por exemplo, a vastidão do cosmos, as leis naturais e a complexidade da vida evidenciam a força e autoridade do Criador.

ü  "Sua natureza divina"

o   Além de Seu poder, a criação também reflete o caráter de Deus: Ele é criativo, cuidadoso, ordenado e amoroso.

o   A interdependência entre os seres vivos, a beleza da natureza e o equilíbrio das leis físicas mostram que Deus não é caótico, mas harmonioso.

ü  "Têm sido vistos claramente"

o   Isso significa que a revelação de Deus na criação é acessível e evidente para todos, independentemente de crenças ou educação.

o   Até mesmo povos que nunca receberam a Bíblia podem perceber que existe um Criador por meio daquilo que foi feito.

ü  "Sendo compreendidos por meio das coisas criadas"

o   Aqui, Paulo enfatiza que a criação funciona como uma "linguagem universal" que aponta para Deus. O salmista expressa essa ideia em Salmos 19:1-2, onde diz que "os céus proclamam a glória de Deus".

o   A ordem, a beleza e a funcionalidade da criação ajudam as pessoas a entenderem que existe uma mente divina por trás de tudo.

ü  "De modo que os homens são indesculpáveis"

o   Este é um ponto central. Paulo argumenta que ninguém pode alegar ignorância sobre a existência de Deus porque a criação deixa claros Seus atributos.

o   Embora essa revelação não forneça um conhecimento completo de Deus (como a Bíblia ou a encarnação de Cristo), é suficiente para levar as pessoas a reconhecerem um Criador.

A aplicação da análise pode ser descoberta na universalidade da revelação. Romanos 1:20 mostra que Deus se revelou a todos, independentemente de raça, cultura ou religião, por meio do mundo natural. Diante da universalidade da revelação, surge a responsabilidade humana. Ao observar o mundo ao nosso redor, somos chamados a reconhecer e buscar o Criador. Ignorar essa revelação é uma escolha que nos torna responsáveis perante Deus. Logo, encontramos uma conexão com ciência. Para aqueles que estudam o universo, a ciência pode ser um caminho para perceber ainda mais o poder e a sabedoria de Deus. Portanto, Romanos 1:20 nos ensina que a criação não é apenas uma obra-prima de beleza e funcionalidade, mas também uma declaração viva da existência e do caráter de Deus.

Se as coisas criadas e os objetos materiais servem como ferramentas para revelar o criador, por que a humanidade se empenha em possuir objetos e não em confiar no criador dos objetos, quem os colocou à disposição da humanidade para seu bem-estar?

Essa questão toca em uma das tensões mais profundas da natureza humana: a relação entre o Criador e a criação, e como o pecado distorceu essa relação. A Bíblia oferece explicações para essa tendência de idolatrar os objetos materiais em vez de confiar no Criador.

O problema do pecado e da queda

  • Gênesis 3:6: O pecado começou quando Adão e Eva colocaram seu desejo acima da ordem de Deus. Ao comerem do fruto proibido, demonstraram que confiavam mais no objeto e em sua aparente promessa de sabedoria do que no Criador que os orientou.
  • O pecado introduziu um coração egoísta e inclinado à idolatria, levando a humanidade a valorizar as coisas criadas mais do que o Criador.

Romanos 1:25 resume bem essa troca: "Eles trocaram a verdade de Deus pela mentira e adoraram e serviram coisas criadas em lugar do Criador, que é bendito para sempre."
Essa inversão reflete como a humanidade busca independência de Deus ao tentar satisfazer seus desejos nas coisas materiais.

A ilusão de controle e segurança

Possuir objetos cria uma sensação de controle, segurança e poder. Ao invés de confiar em Deus para prover, as pessoas buscam acumular bens como garantia contra incertezas.

  • Lucas 12:16-21: Na parábola do rico insensato, Jesus ilustra como o acúmulo de bens pode levar à falsa sensação de segurança. O homem acumulou riquezas para si mesmo, mas negligenciou sua relação com Deus.

Materialismo e cobiça

O materialismo é um reflexo da busca de propósito em coisas que podem ser vistas e tocadas, enquanto confiar em Deus exige fé, algo que não é visível.

  • Êxodo 20:17: O mandamento contra a cobiça demonstra que Deus conhece essa inclinação humana e nos chama a contentar-nos com o que Ele provê.
  • Eclesiastes 5:10: Salomão diz que "quem ama o dinheiro nunca se fartará", indicando que o desejo por objetos é insaciável.

A luta espiritual

Há uma dimensão espiritual nesse apego ao material. Satanás utiliza os objetos criados como distrações para afastar a humanidade do Criador.

  • Mateus 4:8-10: Na tentação de Jesus, Satanás oferece "os reinos do mundo e a sua glória" para desviar Jesus de Sua missão. Isso demonstra como o diabo usa as coisas materiais para tentar ocupar o lugar de Deus.

O convite divino à confiança

Deus continuamente chama a humanidade a desviar o olhar dos objetos e colocá-lo n'Ele:

  • Mateus 6:19-21: Jesus ensina a juntar tesouros no céu, pois "onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração".
  • Filipenses 4:19: Paulo nos lembra que Deus supre todas as necessidades segundo Suas riquezas em glória.

O esforço humano para possuir objetos materiais reflete a ruptura causada pelo pecado, onde as pessoas buscam nos objetos a satisfação e segurança que deveriam encontrar em Deus. No entanto, Deus oferece uma alternativa, chamando-nos a confiar n'Ele como o Provedor de tudo.

Por meio da fé e de uma vida de comunhão com Deus, é possível redirecionar nosso foco da criação para o Criador, utilizando os objetos materiais como ferramentas para glorificá-Lo, em vez de torná-los ídolos. Assim, cumprimos o propósito original da criação: revelar o caráter amoroso de Deus.

Por meio da fé e de uma vida de comunhão com Deus, é possível redirecionar nosso foco nos objetos da criação para o Criador, utilizando os objetos materiais como ferramentas para glorificá-Lo, em vez de torná-los ídolos.

A ideia de redirecionar o foco da criação para o Criador por meio da fé e da comunhão com Deus significa entender e viver de forma que os objetos materiais sejam vistos como instrumentos dados por Deus para nosso benefício e para Sua glória, e não como um fim em si mesmos. Vamos explorar isso em detalhes:

O papel da fé

A fé é o fundamento para enxergar além do material.

  • Hebreus 11:1 define a fé como "a certeza das coisas que se esperam e a prova das coisas que não se veem."
    • Pela fé, entendemos que os objetos materiais não são a fonte final de satisfação, mas apontam para o Criador, que é a verdadeira fonte de todas as bênçãos.

Na prática, ao admirar a beleza da natureza, pela fé percebemos que a criação não existe por acaso, mas reflete a sabedoria e o poder de Deus. Isso nos leva a louvar o Criador em vez de idolatrar a criação.

Comunhão com deus como transformação de perspectiva

A comunhão com Deus, por meio da oração, estudo da Bíblia e adoração, transforma nossa mente e coração para enxergar os objetos materiais pelo que realmente são: ferramentas e não fins.

  • Romanos 12:2: "Não se conformem com este mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus."
    • Essa renovação nos ajuda a usar os objetos materiais com propósito e gratidão, evitando a idolatria.

Em vez de buscar riquezas para exaltação própria, a comunhão com Deus nos ensina a usar os bens materiais para ajudar os necessitados, apoiar a obra de Deus e melhorar a vida ao nosso redor.

Objetos materiais como ferramentas para glorificar a deus

A criação, incluindo os bens materiais, pode ser usada para cumprir os propósitos de Deus, refletindo Seu caráter de amor e cuidado.

  • 1 Coríntios 10:31: "Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus."
    • Esse princípio nos chama a usar os objetos com um senso de missão, glorificando a Deus em tudo o que fazemos.

Exemplo prático:

  • Dinheiro: Pode ser usado para alimentar a ganância ou para financiar projetos missionários, ajudar os pobres ou suprir necessidades da família.
  • Tecnologia: Pode distrair com vaidades ou ser usada para compartilhar o evangelho e educar.

A tentação de transformar objetos em ídolos

Mesmo quando desejamos glorificar a Deus, podemos facilmente nos distrair e transformar objetos materiais em ídolos.

  • Mateus 6:24: "Ninguém pode servir a dois senhores; ou odiará um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro."
    • Essa advertência nos lembra que o material deve sempre ser subordinado ao espiritual.

Se um carro se torna símbolo de status, é idolatria. Mas, se o usamos para servir, como levar pessoas à igreja ou realizar obras de caridade, glorifica a Deus.

A atitude correta: gratidão e mordomia

A chave é viver como mordomos, reconhecendo que tudo o que temos pertence a Deus e deve ser usado com gratidão e sabedoria.

  • Salmos 24:1: "Do Senhor é a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele vivem."
    • Essa consciência nos ajuda a manter o foco no Criador.

Quando recebemos uma bênção material, nossa resposta deve ser: "Obrigado, Senhor. Como posso usar isso para Te honrar e abençoar os outros?"

Redirecionar o foco da criação para o Criador é uma prática que exige fé constante, comunhão com Deus e uma atitude de gratidão. Isso significa:

  1. Ver os objetos como provisões divinas, não como fins em si mesmos.
  2. Usá-los de maneira que glorifique a Deus e beneficie o próximo.
  3. Evitar a idolatria, mantendo o coração ancorado no Deus que provê.

Essa abordagem nos ajuda a viver uma vida de propósito, onde os bens materiais não nos escravizam, mas servem como meios para refletir o caráter de Deus e realizar Sua vontade no mundo.

A encarnação de Jesus foi uma demonstração divina de como a materialidade pode servir para honrar a Deus e abençoar outros. Sem a encarnação, a mudança de paradigma da escravidão dos objetos para a confiança no criador, estaria impossibilitada.  A independência de Deus mediante os objetos continuaria como o paradigma.

A encarnação de Jesus foi, de fato, uma demonstração suprema de como a materialidade pode ser usada para honrar a Deus e abençoar os outros. Além disso, ela foi essencial para transformar o paradigma humano de escravidão aos objetos para a confiança no Criador. Vamos entender melhor.

A encarnação como demonstração da materialidade para honrar a Deus

A encarnação é o evento em que Deus se fez homem em Jesus Cristo, assumindo plenamente a materialidade da existência humana sem deixar de ser divino.

  • João 1:14: "E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai."
    • Aqui, a materialidade do corpo humano de Jesus se torna o veículo perfeito para revelar o caráter de Deus. Ele viveu entre os homens, demonstrando como a existência física pode ser um reflexo da vontade divina.

Exemplos práticos na vida de Jesus:

  • Serviço: Ele usou Suas mãos para curar (Marcos 1:40-42), mostrar compaixão e alimentar multidões (Mateus 14:13-21).
  • Sacrifício: Sua própria carne foi oferecida na cruz como redenção para a humanidade (1 Pedro 2:24).
  • Ensino: Ele usava elementos materiais, como sementes, pães e vinhos, para ensinar verdades espirituais profundas (Mateus 13).

Jesus mostrou que os objetos físicos e o corpo humano podem ser usados como ferramentas para glorificar a Deus e trazer bênçãos aos outros.

A mudança de paradigma: da escravidão do material para a confiança no criador

Sem a encarnação, a humanidade estaria impossibilitada de fazer essa transição de paradigma. Eis por quê:

O pecado tornou o homem escravo do material

    • O pecado trouxe uma desconexão entre o homem e Deus (Gênesis 3:17-19), levando a humanidade a buscar significado e segurança nos objetos em vez do Criador.
    • A idolatria, a ganância e o materialismo são expressões dessa escravidão (Romanos 1:25).

A encarnação como nova realidade

    • Jesus veio como o "segundo Adão" (Romanos 5:12-19), para restaurar a relação original entre Deus e o homem.
    • Ele viveu uma vida perfeita, mostrando que é possível confiar completamente no Criador enquanto utiliza os recursos materiais para o bem.

Reconciliação e redefinição de prioridades

    • Pela cruz e ressurreição, Jesus derrotou o pecado e possibilitou a reconciliação com Deus (2 Coríntios 5:18-19).
    • Essa reconciliação inclui a restauração de uma visão correta dos objetos materiais: ferramentas para serviço, e não ídolos.

Sem a encarnação, o paradigma de independência continuaria?

Sim, sem a encarnação, o paradigma de independência de Deus por meio dos objetos continuaria predominante. Isso ocorre porque:

ü  Falta de modelo perfeito

o   Antes de Cristo, a humanidade carecia de um exemplo perfeito de como viver em dependência de Deus enquanto utiliza os bens materiais de maneira justa e santa.

o   A lei mosaica apontava para esse ideal, mas era incapaz de transformá-lo plenamente no coração humano (Romanos 8:3).

ü  A encarnação e o Espírito Santo

o   Com a encarnação, Cristo não apenas mostrou o caminho, mas também tornou possível a mudança de paradigma ao enviar o Espírito Santo para transformar os corações (João 16:13).

o   Sem essa transformação, o homem continuaria a buscar significado e segurança nos objetos materiais.

ü  A redenção da criação

o   A encarnação também reafirma o propósito redentor de Deus para toda a criação, mostrando que o material não é inerentemente mau, mas pode ser santificado para os propósitos divinos (Colossenses 1:16-20).

A nova realidade em Cristo

Com a encarnação e obra redentora de Jesus, o paradigma mudou para aqueles que O aceitam. Agora:

  • Os objetos materiais: São vistos como dádivas de Deus a serem usadas com sabedoria e gratidão.
  • A confiança: É colocada no Criador, e não na criação.
  • A prioridade: É buscar o Reino de Deus e Sua justiça, sabendo que tudo o mais será acrescentado (Mateus 6:33).

A encarnação de Jesus foi indispensável para demonstrar que a materialidade pode ser redimida e usada para honrar a Deus e abençoar os outros. Sem ela, a humanidade continuaria presa ao paradigma de independência de Deus por meio dos objetos. Mas, em Cristo, esse ciclo é rompido, e os seres humanos são chamados a uma vida de dependência total do Criador, utilizando os recursos materiais como instrumentos para servir e glorificar a Deus.

Zaqueu é um exemplo de quem aceitou o novo paradigma

Zaqueu é um arquétipo claro de alguém que aceitou o novo paradigma apresentado por Jesus, passando de uma relação de escravidão ao materialismo para uma vida de confiança e serviço ao Criador. Sua transformação demonstra como o encontro com Cristo pode redirecionar as prioridades humanas e restaurar a visão correta sobre os bens materiais.

A História de Zaqueu (Lucas 19:1-10)

Zaqueu era um cobrador de impostos rico, mas desprezado por sua comunidade. Ele havia acumulado riqueza explorando os outros, agindo como um típico exemplo de quem vivia segundo o paradigma antigo de idolatria ao material.

Quando Zaqueu encontra Jesus, ocorre uma transformação profunda e imediata, evidenciando a aceitação do novo paradigma. Vamos analisar os elementos principais da história:

Escravidão ao materialismo

Antes de conhecer Jesus, Zaqueu vivia sob o paradigma da escravidão aos bens materiais.

  • Sua profissão: Como cobrador de impostos, ele acumulava riqueza explorando os outros. O sistema de cobrança na época era corrupto, e Zaqueu se aproveitava disso para enriquecer às custas de sua comunidade.
  • Busca de satisfação no material: Ele buscava segurança e status por meio de riquezas, mas ainda sentia um vazio espiritual, como evidenciado por seu desejo de ver Jesus.

Esse comportamento reflete o paradigma antigo, no qual os bens materiais eram idolatrados e usados para autossatisfação, em detrimento da relação com Deus e com os outros.

Encontro com Jesus

Quando Zaqueu encontra Jesus, ele experimenta uma mudança radical:

  • Jesus toma a iniciativa: "Zaqueu, desce depressa, pois hoje preciso ficar em sua casa" (Lucas 19:5).
    • Aqui, Jesus se aproxima de Zaqueu, não o rejeita, mostrando que a graça divina é o ponto de partida para a transformação.
  • Alegria de Zaqueu: Ele desce rapidamente e recebe Jesus com alegria (Lucas 19:6).
    • Sua disposição revela que ele reconhece algo maior do que suas posses: o próprio Salvador.

O encontro com Jesus é o marco para a transição do paradigma antigo para o novo. A presença de Cristo revela o verdadeiro valor da vida, que está em Deus e não nos bens materiais.

Transformação de prioridades

Após o encontro, Zaqueu faz uma declaração que demonstra sua aceitação do novo paradigma:

  • "Dou metade dos meus bens aos pobres, e, se defraudei alguém, devolverei quatro vezes mais" (Lucas 19:8).
    • Ele reconhece que os bens materiais não são um fim em si mesmos, mas ferramentas para abençoar os outros e reparar erros.
    • Sua disposição de restituir quatro vezes mais do que roubou excede os requisitos da lei mosaica, indicando uma transformação genuína e altruísta.

A declaração de Jesus

Após a transformação de Zaqueu, Jesus declara:

  • "Hoje houve salvação nesta casa, porque este homem também é filho de Abraão" (Lucas 19:9).
    • A "salvação" mencionada por Jesus inclui não apenas a transformação espiritual, mas também a restauração do papel de Zaqueu como filho de Deus e membro da comunidade.
    • Jesus também afirma: "Pois o Filho do Homem veio buscar e salvar o que estava perdido" (Lucas 19:10). Isso reforça que Zaqueu aceitou o chamado para viver segundo o Reino de Deus.

A declaração de Jesus confirma que Zaqueu abandonou o paradigma antigo e agora vive sob o novo paradigma: confiança no Criador, restauração de relacionamentos e uso correto dos bens materiais.

Zaqueu como modelo do novo paradigma

Zaqueu ilustra a mudança completa que ocorre quando alguém aceita o novo paradigma. Reconhece o vazio do materialismo: Ele percebe que as riquezas não são a fonte de felicidade ou segurança. Neste contexto, Zaqueu passa a confiar em Jesus: Ele entrega sua vida ao Salvador, abrindo mão de seu apego aos bens. Consequentemente, Zaqueu passa a usar os bens para abençoar: Ele transforma suas riquezas em instrumentos de justiça e generosidade, refletindo o caráter de Deus. Logo, Zaqueu restabelece relacionamentos: Sua restituição demonstra uma preocupação com o próximo, algo que estava ausente em sua vida antes do encontro com Jesus.

Zaqueu é um exemplo poderoso de alguém que aceitou o novo paradigma trazido por Cristo. Ele abandonou a escravidão ao materialismo, confiou no Criador e usou os bens materiais para honrar a Deus e abençoar os outros. Sua história demonstra que o encontro com Jesus é essencial para transformar o coração humano e mudar a relação com os objetos materiais, de ídolos para ferramentas de serviço.