A observância do Sábado do sétimo
dia da semana é um assunto de importância fulcral, considerando que será o
ponto focal do grande embate que virá momentos antes do final do grande
conflito, sendo o divisor entre os que servem ao verdadeiro Deus e os que não
servem.
No evangelho de Marcos (2:27,28)
é insofismável o caráter da observância do sétimo dia: “O sábado foi
estabelecido por causa do homem, e não o homem por causa do sábado; de sorte
que o Filho do Homem é Senhor também do sábado”. O fato de o Sábado ter sido
estabelecido por causa do homem permite algumas indagações: 1) por que o homem
necessita do Sábado?; 2) por que foi o Sábado dado ao homem e não outro dia?
De um modo geral, o raciocínio em
torno da guarda do Sábado é explicado pela necessidade de um repouso para
recomposição dos gastos físicos semanais. Esta tese é sustentada pelos
teólogos, psicólogos e profissionais da saúde humana. Porém, quando se observa
que a ordem para observar o sétimo dia foi dada por Deus imediatamente após o
surgimento do homem, e nas condições anteriores ao estabelecimento do pecado,
parece inadequada a defesa de descanso físico. Adão descansou não por causa do
cansaço de uma semana de afazeres, mas, por uma outra razão superior, o que leva
ao raciocínio de que a observância do sétimo dia é um princípio que tem a ver
com o equilíbrio humano. Isaias (58:13) adverte para desviar os pés do Sábado,
significando que não devemos desconsidera-lo, mas, observa-lo, não como um fim
em si mesmo, mas, um meio pelo qual o homem pudesse conhecer melhor o caráter e
os propósitos de seu criador. Além disso, um período para honrar a Deus,
desenvolvendo atividades que proporcionem conhecimento mais cabal sobre Deus e
suas obras, seus caminhos e sua vontade, servindo de conduto através do qual o
amor divino possa chegar ao coração e à vida de nossos semelhantes. Tais
atividades honram a Deus. Aqueles que fazem do Sábado o que Deus ordenou que
fosse, participam de uma relação íntima com Deus e, consequentemente serão abençoados,
sendo-lhes permitido cavalgar as alturas da terra, significando domínio sobre a
própria existência.
A premissa que embasa a lógica
sobre a guarda do Sábado está em que “[...]a grande lei de amor revelada no
Éden, proclamada no Sinai, e, no novo concerto, escrita no coração, é o que
liga o obreiro humano à vontade de Deus. Se fôssemos entregues a nossas próprias inclinações, para ir justo aonde
nos levasse nossa vontade, iríamos cair nas fileiras de Satanás, e tornar-nos
possuidores de seus atributos [...]”. (Desejado deTodas as Nações, p.228).
Pode-se concluir que há um princípio geral no universo criado onde a ausência
da Lei causa deriva moral instantânea. “Portanto, Deus nos restringe à Sua
vontade, que é elevada, nobre e enobrecedora. Deseja que empreendamos paciente
e sabiamente os deveres do serviço” (IDEM).
Sistemas religiosos que negam o princípio sabático reiteram a pretensão
de que as criaturas deveriam ser deixadas a seguir suas próprias inclinações,
que sempre as conduziria corretamente e, desta forma, estabelecem um ambiente
de anomia que leva à inevitável degradação moral.
O Sábado foi feito por causa do homem (Mateus 2:27) o que torna a
observância deste dia necessária, mas, ainda persiste a pergunta: por que Deus
estabeleceu o Sábado e não outro dia? Ou ainda, por que Deus criou o mundo em
seis dias e não em outro período de tempo?
A semana da criação é um ato onde Deus exerce sua autoridade imprimindo
em cada etapa da mesma, o seu próprio caráter, o qual era conferido ou avalizado
com a frase “viu que era bom”(Gen.1). Ao submeter Adão ao descanso do sétimo
dia, deu-lhe o Senhor a oportunidade para contemplar o caráter divino na
natureza recém criada e, por consequência, plasmar o caráter nobre em si mesmo.
Por ser o homem o artífice do seu próprio caráter, tem a necessidade de um
repouso onde possa dedicar-se à contemplação da ordenação divina e, desta forma
copiar o modelo. Nesta construção são necessárias duas ações: fé e obras.
Jesus demonstrou como o homem
deverá observar o Sábado, santificando-o; depois de ir à sinagoga para a
adoração, gastava o restante do tempo sendo uma benção aos semelhantes,
aliviando seus sofrimentos. Foi no sétimo dia da semana que Jesus operou todos
os grandes milagres registrados nos evangelhos. Desse modo, Ele santificou o
Sábado e nós, seus seguidores e discípulos, devemos aprender do mestre para não
utilizar o período sabático em proveito próprio, profanando-o com obras egoístas.
Por este ângulo de análise não sobra muito espaço para pensar
no Sábado como período para o descanso físico. Somente obedecendo a Deus e
dedicando tempo para ajudar os necessitados pode o homem encontrar descanso
para a sua alma.